Mais de 15 mil pessoas poderão morrer se a África do Sul, que depende fortemente do carvão, fechar suas centrais térmicas depois de 2030, informou, nesta terça-feira (24/10), um think tank — organizações responsáveis por gerar pesquisas e análises sobre políticas públicas, questões sociais e econômicas — com sede em Helsinque.
Um novo estudo do Centro de Pesquisa sobre Energia e Ar Limpo (CREA) aponta que este atraso "levaria a uma mortalidade excessiva de 15.300 pessoas, vinculada à poluição atmosférica" e custaria ao país mais de 18 bilhões de dólares (90 bilhões de reais na cotação atual), principalmente em gastos com manutenção.
- África do Sul decreta estado de catástrofe para enfrentar apagões
- Em Joanesburgo, Lula critica o "neocolonialismo verde" novamente
A África do Sul é um dos 12 países mais poluentes do mundo e o sétimo maior produtor de carvão, aponta o estudo. O carvão é um pilar da economia sul-africana. Quase 100 mil pessoas trabalham nesse setor, que produz 80% da eletricidade consumida no país, que tem apenas uma usina nuclear.
A África do Sul enfrenta uma crise energética há meses, com cortes de energia programados que duram por vezes até 12 horas por dia. Esta situação reacendeu o debate sobre a transição para fontes de energia mais limpas.
Mas essa transição foi marcada por disputas internas no governo, que se beneficia do apoio dos sindicatos de mineração há muito tempo. O ministro da Energia, Gwede Mantashe, expressa regularmente o seu apoio ao setor do carvão.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br