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Mais de 5 mil palestinos morreram nos bombardeios israelenses em Gaza

Entre os mortos estão 2.055 crianças e 1.119 mulheres. Além disso, 15.273 pessoas ficaram feridas nos bombardeios incessantes do Exército de Israel

Palestinos transportam o corpo de uma vítima dos escombros após os ataques israelenses em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em 23 de outubro de 2023       -  (crédito: MOHAMMED ABED / AFP)
Palestinos transportam o corpo de uma vítima dos escombros após os ataques israelenses em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em 23 de outubro de 2023 - (crédito: MOHAMMED ABED / AFP)
postado em 23/10/2023 11:05 / atualizado em 23/10/2023 11:05

Ao menos 5.087 pessoas morreram nos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, executados em resposta à ofensiva do Hamas em 7 de outubro, informaram nesta segunda-feira as autoridades do movimento islamista palestino, que governa o território.

Entre os mortos estão 2.055 crianças e 1.119 mulheres. Além disso, 15.273 pessoas ficaram feridas nos bombardeios incessantes do Exército de Israel, afirma um comunicado divulgado pelo Ministério da Saúde do Hamas.

Bombardeios em Gaza

Dezenas de pessoas morreram em bombardeios israelenses nesta segunda-feira (23) na Faixa de Gaza, onde os civis esperam um "fluxo vital" de ajuda humanitária diante da guerra desencadeada pelo ataque sangrento do movimento islamista palestino Hamas contra o território de Israel.

O Exército israelense intensificou no domingo os bombardeios na Faixa de Gaza, antes de uma provável operação terrestre, em resposta ao ataque sem precedentes do Hamas, grupo que as autoridades de Israel prometeram "aniquilar".

A comunidade internacional teme uma escalada da guerra, iniciada em 7 de outubro entre Israel e o Hamas, e a propagação do conflito para outros países do Oriente Médio.

A ajuda humanitária começou a entrar a conta-gotas no sábado na Faixa de Gaza, onde 2,4 milhões de palestinos vivem em um território estreito, mas a ONU considera que a quantidade é insuficiente.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, exigiu nesta segunda-feira "mais ajuda e mais rápido", assim como uma "pausa humanitária" para permitir a distribuição.

No domingo, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, concordaram, durante uma conversa por telefone, com um "fluxo contínuo" de ajuda para Gaza.

Ataque contra uma casa 

O Exército israelense anunciou que atingiu durante a madrugada "mais de 320 alvos militares", incluindo infraestruturas do Hamas e do grupo aliado Jihad Islâmica, ambos classificados como organizações terroristas por Estados Unidos, União Europeia e Israel.

Um comunicado militar cita "túneis com terroristas do Hamas, dezenas de centros de comando operacionais (...) complexos militares e postos de observação".

Ao menos 70 palestinos morreram nos ataques durante a madrugada e a manhã de segunda-feira, segundo o governo do Hamas, incluindo 17 em uma casa em Jabaliya, norte de Gaza, e outras 25 no centro do enclave.

Segundo as autoridades israelenses, mais de 1.400 pessoas morreram em Israel desde 7 de outubro, a maioria civis no mesmo dia do ataque do Hamas, que também sequestrou 222 israelenses e estrangeiros.

A presença dos reféns em Gaza pode dificultar a operação terrestre de Israel no território superpopuloso, repleto de armadilhas e túneis.

No enclave palestino, ao menos 5.087 pessoas, a maioria civis e incluindo mais de 2.000 crianças, morreram nos bombardeios israelenses, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que também citou mais de 15.200 feridos.

Em 15 de outubro, Israel pediu aos civis do norte da Faixa de Gaza, em cuja fronteira estão posicionados dezenas de milhares de soldados israelenses, que se deslocassem para o sul para evitar os bombardeios.

Os ataques atingem o sul de Gaza, perto da fronteira egípcia, onde centenas de milhares de deslocados buscaram refúgio.

Situação "catastrófica" 

A Faixa de Gaza, controlada desde 2007 pelo Hamas, está desde 9 de outubro sob "cerco total" de Israel, que cortou os abastecimentos de água, alimentos, energia elétrica e combustíveis.

A ONU afirmou que ao menos 1,4 milhão de palestinos foram deslocados desde o início do conflito e classificou a situação humanitária como "catastrófica".

Após a entrada no sábado e domingo dos primeiros caminhões com ajuda, incluindo alguns com combustível, produto vital para os geradores de energia elétrica dos hospitais, o terceiro comboio entrou nesta segunda-feira em Gaza procedente do Egito.

As Nações Unidas, no entanto, consideram que seriam necessários pelo menos 100 caminhões diários para atender as necessidades de todos os habitantes de Gaza.

Não ajudar "o inimigo" 

Israel anunciou que não impediria a entrada de "comida, água e medicamentos para a população civil" da Faixa de Gaza.

"Mas não acredito que somos obrigados a fornecer alimentos ao inimigo que dispara foguetes contra os nossos civis", disse o porta-voz do Exército israelense, Jonathan Conricus, no domingo à noite em uma entrevista ao canal ABC Australia.

No domingo, um soldado israelense morreu em um ataque de míssil antitanque durante uma incursão terrestre em Gaza, segundo o Exército.

A violência também afeta a fronteira entre Israel e Líbano, com ataques entre o Exército israelense e o Hezbollah pró-Irã, aliado do Hamas. Os moradores dos dois lados da fronteira abandonaram suas casas.

Netanyahu alertou que o grupo libanês Hezbollah cometeria "o erro de sua vida" se decidisse entrar em guerra com Israel.

Diante do risco de conflito regional, Joe Biden conversou por telefone durante o fim de semana com os governantes do Canadá, Alemanha, Itália, Reino Unido e França, além do papa Francisco.

Na Cisjordânia, outro território palestino ocupado, 95 pessoas morreram desde 7 de outubro em ataques israelenses, segundo o Ministério palestino da Saúde.

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