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Buenos Aires, Paris e Nova York exibem rostos dos reféns do Hamas

Segundo as autoridades israelenses, mais de 1.400 pessoas morreram com ataque do Hamas. Em Gaza mais de 5 mil pessoas morreram com bombardeios israelenses

Pessoas se reúnem para uma manifestação na Times Square exigindo a libertação dos reféns feitos no ataque de 7 de outubro pelo Hamas -  (crédito: MICHAEL M. SANTIAGO / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP)
Pessoas se reúnem para uma manifestação na Times Square exigindo a libertação dos reféns feitos no ataque de 7 de outubro pelo Hamas - (crédito: MICHAEL M. SANTIAGO / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP)
postado em 23/10/2023 10:55 / atualizado em 23/10/2023 10:55

Várias campanhas em Buenos Aires, Paris, Nova York e outras cidades com importantes comunidades judaicas tentam "sensibilizar a opinião pública", exibindo os rostos de alguns dos cerca de 200 reféns do grupo islâmico palestino Hamas sequestrados em 7 de outubro. 

Em Paris, capital com a maior comunidade judaica da Europa, com cerca de 500.000 pessoas, uma campanha de cartazes nas ruas com nomes e rostos de reféns pretende chamar a atenção para a realidade dos sequestrados, há mais de duas semanas em cativeiro. 

Na Argentina, que conta com a maior comunidade judaica da América Latina, com mais de 250.000 pessoas, foi instalada um telão em frente ao emblemático Teatro Colón de Buenos Aires com a mensagem "Não olhe para o outro lado", que mostra os rostos dos sequestrados. 

Na França, a iniciativa de preencher espaços públicos com os rostos dos reféns partiu da campanha de um grupo de artistas israelenses temporariamente instalados em Nova York, disse à AFP Aurélie Assouline, deputada do 17º distrito de Paris e uma das cofundadoras do Coletivo 7 de Outubro. 

Duas semanas e um dia depois do sangrento ataque do movimento islamista a partir da Faixa de Gaza, o pior ataque contra civis desde a fundação do Estado de Israel em 1948, mais de 100 pessoas se reuniram no domingo à noite no oeste de Paris para colar cartazes. 

"Continua sendo importante alertar a opinião pública. Esse é um grito de alerta", disse Léa Hanoune, tesoureira da União dos Estudantes Judeus da França (UEJF). 

O grupo reuniu 30 carros para colar cerca de 4.000 cartazes e organizou um sistema de segurança. 

Para Sophie Kijner, de 31 anos, membro do Coletivo 7 de Outubro, "o objetivo é sensibilizar a opinião pública e dar um rosto aos reféns".

"Não se trata de colocar Israel contra a Palestina, mas há reféns e poderiam ser seu pai, sua mãe, sua filha", completou. 

Este grupo afirma ser "apolítico e um fervoroso defensor dos valores republicanos e da liberdade". 

Com baldes de 15 litros de cola, os muralistas improvisados colaram cartazes com a palavra "Sequestrados" em vermelho e a mensagem: "Envolva-se, eles têm que voltar com vida". Cada um carrega um rosto, um nome e a nacionalidade da pessoa. 

Há israelenses, americanos, argentinos e franceses, entre outras nacionalidades.

As fotos mostram jovens com sorrisos joviais, crianças pequenas com cachorros e idosos, alguns sequestrados em suas casas, e outros, feitos reféns enquanto dançavam em uma festa "rave" no dia em que centenas de comandos do Hamas invadiram o território israelense na madrugada de 7 de outubro.

"Como judeu, sinto que são pessoas que fazem parte da minha família, pessoas que queremos ver retornar", disse Raphael, um cientista da computação de 24 anos. 

"Tristes e preocupados" 

Segundo as autoridades israelenses, mais de 1.400 pessoas morreram nesse dia. A maioria delas eram civis, que foram mortos a tiros, queimados vivos ou mutilados na ofensiva sem precedentes do Hamas. Segundo o exército israelense, os milicianos também sequestraram mais de 200 pessoas. 

Os ativistas mobilizados no domingo andaram pelas ruas com seus cartazes para deixar sua mensagem nas estações de trens, parques, pontos de ônibus e até nas elegantes fachadas dos edifícios de estilo Haussmann. 

A equipe de Sarah Ouakil, vice-presidente da UEJF, distribuiu seus cartazes no Trocadero, em frente à Torre Eiffel. "Estamos tristes e preocupados", confessou. 

Em Gaza, governada desde 2007 pelo Hamas, mais de 5.000 pessoas morreram, a maioria civis, nos incessantes bombardeios de represália lançados por Israel após o ataque. 

"Os palestinos também estão sob o jugo do Hamas. Não seremos capazes de chegar a uma solução de paz, se um grupo terrorista controlar essa terra", disse a jovem antes de seguir em frente com seu material para deixar sua mensagem em outro ponto de Paris.

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