Na Cúpula Internacional da Paz, que ocorre no Egito neste sábado (21/10), o secretário-geral da Organização das Nações (ONU), António Guterres, voltou a pedir por um cessar-fogo imediato no conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas e pela entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Os primeiros vinte caminhões com suprimentos à população foram autorizados a entrar na região por meio da fronteira com o Egito. Entretanto, cerca de outros 100 veículos ainda aguardam por liberação.
A ONU estima que são necessários ao menos 100 caminhões diários para ajudar os 2,4 milhões de moradores de Gaza. A população enfrenta falta de água, energia elétrica, alimentos e medicamentos. “De um lado estão caminhões cheios, e do outro, estômagos vazios”, pontuou Guterres.
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Na sexta-feira (20/10), o secretário-geral da ONU visitou a passagem de Rafah e relatou ter presenciado “uma catástrofe humanitária se desenrolando em tempo real”. "Devemos agir agora para acabar com o pesadelo", afirmou Guterres, no encontro com líderes do Egito, Jordânia e da Autoridade Palestina, além de ministros das Relações Exteriores de países árabes e europeus e do Brasil.
Além disso, Guterres reconheceu a luta por uma Palestina livre da ocupação israelense, mas afirmou que essa reivindicação não pode justificar "o ataque repreensível do Hamas que aterrorizou os civis israelenses". Nesse sentido, o secretário-geral da ONU também destacou que a ação terrorista do grupo não legitima "a punição coletiva do povo palestino”.
Guterres apelou, ainda, pela libertação imediata de todos os reféns e por ações internacionais para evitar que o conflito se espalhe para a região de forma mais ampla. Para o líder da ONU, “a única base realista para a verdadeira paz e estabilidade” é uma solução de dois Estados para israelenses e palestinos.
Além de alimentos e insumos médicos, entidades internacionais têm ressaltado sobre a importância da autorização da entrada de combustíveis na região. “O combustível também é necessário para geradores hospitalares, ambulâncias e usinas de dessalinização – e instamos Israel a adicionar combustível aos suprimentos vitais autorizados a entrar em Gaza”, disse o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em coletiva de imprensa.
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