A ajuda humanitária à população da Faixa de Gaza já começou a entrar na região neste sábado (21/10). Cerca de 175 caminhões com suprimentos aguardam na passagem de Rafah, na fronteira com o Egito. No entanto, apenas 20 veículos foram autorizados a entrar no território. Desde o dia 7 de outubro, quando o grupo Hamas atacou Israel, a Faixa de Gaza vivencia um cerco total, com a suspensão de água, alimentos, medicamentos e energia elétrica.
"Este primeiro comboio não deve ser o último", afirmou o subsecretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths. A liberação de ajuda humanitária à Gaza é uma reivindicação internacional.
Segundo o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, a situação na região, que é alvo de constantes bombardeios israelenses, está ficando "incontrolável". "Precisamos que a violência pare em todos os lados. A cada segundo que esperamos para introduzir ajuda médica, perdemos vidas. Precisamos de acesso imediato para começar a entregar material que pode salvar vidas", destacou Tedros.
Além disso, Tedros ressaltou sobre a importância da autorização da entrada de combustíveis na região. “O combustível também é necessário para geradores hospitalares, ambulâncias e usinas de dessalinização – e instamos Israel a adicionar combustível aos suprimentos vitais autorizados a entrar em Gaza”, disse o diretor geral da OMS, em coletiva de imprensa.
Na sexta-feira (20/10), o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, visitou a passagem de Rafah e destacou a urgência da chegada de ajuda humanitária na região. Segundo ele, os caminhões com suprimentos devem entrar “todos os dias para fornecer apoio suficiente ao povo de Gaza.”
Desde o início do conflito, mais de 4 mil pessoas morreram na Faixa de Gaza. Em Israel, as mortes somam 1.400.
Brasileiros na espera por resgate
O governo brasileiro negocia a abertura de um corredor humanitário e a autorização para a liberação da fronteira com o Egito para resgatar brasileiros que estão na zona de conflito. Dos 32 cidadãos brasileiros que aguardam para retornarem ao país, 16 pessoas — sendo quatro homens, quatro mulheres e oito crianças — foram deslocadas para Rafah.
Elas estavam alojadas na escola Rosary Sisters, no norte de Gaza, que está sob ataque israelense. Outras 16 pessoas — dois homens, cinco mulheres e nove crianças — são moradoras de Khan Yunis e aguardam a liberação em suas casas. A cidade fica a poucos quilômetros de Rafah.
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