América do Sul

Argentina: Suspense marca encerramento de campanha presidencial

Argentinos vão às urnas neste domingo (22), no primeiro turno das eleições. Pesquisas apontam o libertário Javier Milei na liderança, mas as projeções sugerem segundo turno. Economia deve ter papel decisivo na hora do voto

O candidato libertário Javier Milei: pesquisas apontam liderança, mas decisão no segundo turno  -  (crédito: Juan Mabromata/AFP)
O candidato libertário Javier Milei: pesquisas apontam liderança, mas decisão no segundo turno - (crédito: Juan Mabromata/AFP)
postado em 20/10/2023 18:19

ISABELA STANGA / ESPECIAL PARA O CORREIO

Em respeito ao silêncio pré-eleitoral, os candidatos à Presidência da Argentina encerraram as campanhas às vésperas do primeiro turno, que ocorre neste domingo (22). O candidato governista Sergio Massa, aliado da vice-presidente Cristina Kirchner, discursou pela última vez na terça-feira (17). Javier Milei, economista libertário e considerado por alguns analistas como representante da extrema-direita, finalizou a propaganda eleitoral no dia seguinte. Patricia Bullrich, ex-ministra do governo de Mauricio Macri (2015-2019), concluiu a campanha na quinta-feira (19).

Apesar de Milei estar à frente nas pesquisas, somente conseguirá sacramentar a eleição no primeiro turno se alcançar 45% dos votos válidos ou então 40% dos votos, mas com 10 pontos percentuais de vantagem em relação ao segundo candidato. Em um conjunto de 12 pesquisas feitas até 11 de outubro, Milei oscilou entre 35,6% e 33% das intenções de voto. Massa, em segundo lugar, variou entre 26% e 32,2%. Por sua vez, Bullrich apareceu com uma média de 21,8% a 28,9%. Os dados foram divulgados pelo jornal argentino La Nación.

Neste contexto, o futuro político permanece incerto no país. "É muito difícil prever o que acontecerá. Em primeiro lugar, as pesquisas não têm sido muito fidedignas com a realidade. Depois, há pouca diferença entre os três candidatos. Por fim, há mais eleitores do que nas primárias de agosto, que deram a vitória a Milei", explica ao Correio Miguel de Luca, cientista político da Universidade de Buenos Aires (UBA).

Os candidatos representam as três forças políticas mais fortes da Argentina. Sergio Massa, atual ministro da Economia, integra o partido governista União pela Pátria (centro-esquerda). Patricia Bullrich, por sua vez, é do "Juntos pela Mudança", que comandou o país entre 2015 e 2019. Milei faz parte do "Liberdade Avança”, partido de direita criado em 2021, ano em que o economista entrou na política como deputado.

A economia terá peso preponderante nos votos dos eleitores argentinos. O país enfrenta uma grave crise, com quase 140% de inflação e 40% de pobreza. Massa, atual ministro da pasta, recebe duras críticas pela situação econômica, enquanto Bullrich é acusada de não ter um plano consistente para o setor.

“Uma vez que os governos anteriores foram um desastre na economia, o novo partido tornou-se relevante. Os seguidores de Milei são, sobretudo, jovens que desejam experimentar novas ideias, como a liberdade econômica, a redução do Estado e a intervenção pública", afirma ao Correio Juan Bautista Peralta, estudante de 23 anos que mora em Buenos Aires.

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