Em mais um episódio de acusações mútuas sobre a culpa do ataque ao hospital Al-Ahli Arab, em Gaza, os Estados Unidos afirmam que evidências mostram que o ataque veio de grupos da Palestina. As autoridades estadunidenses declaram que imagens de satélite e outros dados infravermelhos obtidos pelos órgãos de inteligência mostram “lançamento de um foguete ou míssil a partir de posições de combatentes palestinos em Gaza”. A informação foi obtida pelo jornal The New York Times.
O presidente Joe Biden, que visita Israel nesta quarta-feira (18/10), afirmou que imagens feitas pela inteligência norte-americana mostram que as forças israelenses não tiveram culpa do bombardeio. “Com base no que vi, parece que foi feito pela outra equipe, e não por você”, disse Biden ao Benjamin Netanyahu.
Fontes oficiais do país também afirmam que o governo israelense forneceu interceptações de conversas de integrantes do Hamas que mostram que o ataque veio de grupos aliados.
A porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Adrienne Watson, publicou em sua conta oficial no X, antigo Twitter, que não é possível que o ataque tenha vindo de Israel. Segundo a postagem, a conclusão veio após análise de imagens aéreas, intercepções e informações de fonte aberta.
While we continue to collect information, our current assessment, based on analysis of overhead imagery, intercepts and open source information, is that Israel is not responsible for the explosion at the hospital in Gaza yesterday.
— Adrienne Watson (@NSC_Spox) October 18, 2023
Coletiva de imprensa
Em Israel, na manhã desta quarta-feira (18/10), militares israelenses promoveram uma coletiva de imprensa. O porta-voz das forças do país, o contra-almirante Daniel Hagari, acusou a organização Jihad Islâmica Palestina de disparar 10 foguetes às 18h59 da terça-feira (17/10), 11h59 no Brasil.
O porta-voz ainda declarou que, de acordo com o serviço de inteligência israelense “o Hamas verificou o relatório, entendeu que era um foguete da Jihad Islâmica que falhou e decidiu lançar uma campanha global na mídia para esconder o que realmente aconteceu”.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) já haviam utilizado as redes sociais para publicar um vídeo onde suposta bomba endereçada a Israel que falha e explode ainda no ar.
Os bombardeios no hospital Al-Ahli Arab deixaram de 500 a 800 palestinos mortos, estima o Ministério de Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. O grupo culpa Israel pelo que definiu o ataque como um “massacre”.
Jihad nega acusações
Antes da coletiva, o grupo fundamentalista Jihad Islâmica Palestina já havia sido acusado por Israel e negado a autoria do ataque. Em entrevista ao The New York Times, Daoud Shehab, porta-voz da Jihad Islâmica, declarou que “não houve nenhuma operação das Brigadas Al-Quds (braço armado da organização) na área”.
Menor que o Hamas, a Jihad Islâmica na Palestina é uma organização fundamentalista fundada em 1981 no Egito por estudantes universitários da Faixa de Gaza. A palavra “jihad”, de forma geral, significa "luta". Além de Gaza, o grupo tem atuação na Cisjordânia e recebe apoio do Irã, assim como o Hamas, além de defender a resistência armada contra o estado de Israel.
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