O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pronunciou-se, nesta quarta-feira (18/10), direto de Israel, onde está desde ontem para acompanhar in loco a situação do conflito entre Israel e o grupo fundamentalista Hamas, que teve início em 7 de outubro.
Em seu pronunciamento, a mensagem principal do presidente foi a de que os EUA estão junto a Israel, que o país não está sozinho. "Quando nós levamos o golpe, levantamos e começamos de novo," disse. A posição é consoante ao sentimento de que os americanos estão encarando o recente conflito no Oriente Médio como algo pessoal.
Isso foi confirmado por Biden, que, assim como outras autoridades americanas já afirmaram, comparou o maior ataque sofrido pelos Estados Unidos, o 11 de setembro, aos ataques do Hamas. "Foi como quinze '11 de setembro'. A escala poder ser diferente, mas os horrores despertados, o sentimento de choque, dor, ira profunda são os mesmos. Eu entendo, muitos americanos entendem."
O presidente também fez questão de comparar o ataque a um dos maiores genocídios da história recente da humanidade, o holocausto nazista. "Não existe desculpa para isso, ponto final. A brutalidade que vimos seria profunda em qualquer país do mundo, mas aqui, num dia sagrado para os judeus, tornou-se o dia mais triste desde o holocausto. Não vamos ficar de lado e não fazer nada."
Reféns são prioridade
Biden mandou uma mensagem de esperança diretamente às famílias de quem tem pessoas como reféns dos sequestradores e para entes que foram assassinados na guerra. "Aqueles que estão esperando notícias, vocês não estão sozinhos, estamos trabalhando com parceiros em todas as regiões e tentando de todas as maneiras trazer os reféns que estão com o Hamas. Não há prioridade maior do que esses reféns para mim."
O presidente exaltou ainda a ação dos voluntários, que não hesitaram em ajudar, entre médicos e pessoas que enterraram as vítimas de acordo com a tradição judaica. "O estado de Israel nasceu pra ser um lugar seguro, se ele não existisse teríamos que inventá-lo. Faremos de tudo em nosso poder para que isso aconteça."
Biden ainda anunciou que vai pedir ao Congresso americano um pacote sem precedentes para a defesa de Israel e ajuda humanitária para Gaza. "Estou anunciando 100 milhões de dólares de ajuda humanitária para Gaza e Cisjordania. Sabemos o valor da vida humana, israelenses, árabes, palestinos, mulçumanos, todos, Israel é um milagre. Diante de tragédia precisamos voltar ao início e lembrar que somos todos seres humanos, criados à imagem de Deus. Vocês inspiram esperança para tantas pessoas no mundo, é isso que os terroristas querem destruir, porque vivem na escuridão, mas vocês não, não Israel. Nações como Israel e EUA são medidas pelo tamanho de seu seu exemplo. Esses ataques só aumentam minha determinação, o terror não vai vencer, a liberdade sim. Israel, vocês não estão sozinhos, os Estados Unidos está com vocês. Andaremos juntos nesses dias difíceis e nos dias bons, e eles virão. Como se diz em hebraico: o povo de Israel vive."
Palestinos e ajuda humanitária
O presidente americano também enfatizou que os palestinos não são o Hamas e lamentou as mortes no ataque a um hospital ontem, que deixou cerca de 500 mortos. "A vasta maioria dos palestinos não é do Hamas, eles não representam o povo palestino, usam pessoas como escudos humanos e não têm nenhuma preocupação com o bem estar dos palestinos. Fiquei muito triste com as perdas do hospital de ontem, causadas por um foguete do grupo terrorista. Os EUA estão junto das famílias que sofreram com a tragédia. Hoje conversei com o gabinete de guerra para concordar em levar ajuda humanitária do Egito para Gaza. Eles querem fazer com que a comunidade internacional não consiga dar essa ajuda. Estamos fazendo tudo para que os caminhões possam atravessar a fronteira."
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