A cidade de Nova York começará a limitar o período de estadia para os familiares de solicitantes de asilos em abrigos municipais, anunciou a prefeitura da cidade nesta segunda-feira (16/10). Atualmente, 64.000 imigrantes dependem de tais alojamentos.
Nova York "começará a avisar com 60 dias de antecedência às famílias com crianças solicitantes de asilo para que busquem um alojamento alternativo", explicou o prefeito Eric Adams, que recordou que a cidade está "cheia e para além de seu ponto de ruptura".
Apenas na semana passada, chegaram em média 600 pessoas por dia a essa cidade de 8,5 milhões de habitantes, anunciou o político democrata em um comunicado.
Atualmente, mais de 64.000 pessoas das 124.700, que chegaram desde a primavera do ano passado, dependem dos serviços municipais. A maioria delas foi enviada de ônibus de estados como o Texas, governado por republicanos, em protesto contra a política migratória do governo do democrata Joe Biden, segundo dados da prefeitura.
O prefeito se comprometeu a "intensificar os serviços de assistência social para ajudá-los a explorar outras opções de alojamento e dar os passos seguintes em sua viagem" aos solicitantes de asilo, vindos em boa parte da América Latina, e, em particular, da Venezuela.
A medida de limitar o tempo de estadia nos albergues municipais já havia sido imposta aos homens.
Obrigada por lei a proporcionar alojamento gratuito a qualquer um que o solicite, a prefeitura anunciou, em agosto, que a crise migratória custará aos cofres da cidade 12 bilhões de dólares (mais de R$ 60 bilhões) em três anos.
A cidade, que já abriu mais de 210 abrigos de emergência, incluindo 17 centros de ajuda humanitária em grande escala, abrirá um novo em breve no aeródromo naval de Floyd Bennett Field, no Brooklyn, onde dará abrigo a 500 famílias com crianças.
O prefeito de Nova York, um ex-policial afro-americano, tem sido um dos líderes da batalha para exigir do governo federal uma "solução nacional para uma crise nacional", à qual se somaram governadores democratas de outros estados afetados pela crise migratória.
Após denunciar há pouco mais de um mês que a imigração "destruirá" a cidade, Adams pediu ao governo federal que acelere os vistos de trabalho para que os solicitantes de asilo possam se tornar independentes economicamente.
"Durante mais de um ano, a cidade de Nova York tem liderado a resposta a esta crise nacional, mas são necessários recursos adicionais significativos, coordenação e apoio de todos os níveis de governo", insistiu Adams.
"Com a atual onda que estamos vivendo, é necessário agora um esforço global e coordenado do governo federal para descomprimir a pressão à qual a cidade de Nova York está submetida", recordou aos seus correligionários em Washington.
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