guerra israel-hamas

Em cúpula urgente, UE busca unificar discurso sobre conflito Israel-Hamas

A questão do cumprimento do direito internacional foi um ponto central nas conversas dos ministros das Relações Exteriores do bloco

Soldados israelenses se abaixam enquanto disparam contra Gaza a partir de uma posição fora do kibutz Beeri, perto da fronteira com a faixa palestina, em 17 de outubro de 2023       -  (crédito: JACK GUEZ / AFP)
Soldados israelenses se abaixam enquanto disparam contra Gaza a partir de uma posição fora do kibutz Beeri, perto da fronteira com a faixa palestina, em 17 de outubro de 2023 - (crédito: JACK GUEZ / AFP)
postado em 17/10/2023 11:15 / atualizado em 17/10/2023 11:15

Os líderes da União Europeia (UE) participam, nesta terça-feira (17/10), de uma reunião de emergência, na qual tentarão unificar seu discurso sobre o conflito entre Israel e o movimento islâmico palestino Hamas, depois de uma semana de vários desencontros. 

A reunião, que acontece por videoconferência às 17h30 locais (12h30 em Brasília), foi convocada em caráter de urgência pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel. Nela, espera-se que seja revalidada uma Declaração Conjunta adotada no domingo sobre uma posição comum dos 27 países do bloco. 

Depois do ataque cometido por militantes do grupo islâmico palestino Hamas em território israelense, no sábado, 7 de outubro, as instituições da UE se viram envolvidas em uma confusão sobre a posição do bloco, o que gerou um mal-estar generalizado. 

Primeiro, o comissário europeu para a Vizinhança e Ampliação, Oliver Varhelyi, anunciou uma suspensão imediata dos pagamentos de ajuda ao desenvolvimento aos palestinos. 

Posteriormente, a Comissão Europeia - braço executivo da UE - anunciou uma "revisão urgente" dos programas de ajuda aos palestinos, até que, finalmente, a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, anunciou que a UE triplicaria a ajuda humanitária, até 75 milhões euros. 

Neste cenário, uma viagem de Von der Leyen a Israel e as declarações proferidas nessa viagem causaram evidente desconforto nas capitais europeias. Von der Leyen enfatizou o direito do Estado de Israel de se defender, mas omitiu que esta resposta deve se ajustar ao direito internacional, especialmente no que diz respeito à defesa da população civil. 

De volta aos trilhos 

A questão do cumprimento do direito internacional foi um ponto central nas conversas dos ministros das Relações Exteriores do bloco, convocadas às pressas pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell. 

A controvérsia sobre a posição única da UE ante o respeito ao direito internacional levou Michel a convocar, com urgência, a cúpula virtual desta terça-feira. 

Um diplomata europeu admitiu que se tratou de um episódio "problemático" e que agora a prioridade do bloco é "colocar as coisas de volta aos trilhos". 

A Declaração Conjunta adotada no domingo ressalta que os líderes da UE "enfatizam, energicamente, o direito de Israel de se defender de acordo com o direito humanitário e internacional frente a ataques violentos e indiscriminados". 

No documento, os líderes europeus também "reiteram a importância de garantir a proteção dos civis em todos os momentos, em linha com o Direito Internacional Humanitário". 

"Estamos prontos para continuar a apoiar os civis mais necessitados em Gaza, em coordenação com os nossos parceiros, garantindo que as organizações terroristas não abusem dessa assistência", afirmaram os líderes em sua declaração.

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