Mesmo após a ordem para que a população do norte de Gaza se deslocasse para o sul, as cidades de Rafah, Khan Yunis e Deir el-Balah foram alvos de ataques israelenses. Esses locais abrigam o grupo de 32 brasileiros que aguardam serem resgatados para voltarem ao Brasil, além de outros refugiados. Segundo o Ministério do Interior da Palestina, pelo menos 28 pessoas morreram em Rafah.
A cidade, que fica na fronteira com o Egito, é o único ponto de passagem entre Gaza e o exterior que não está sob controle israelense e foi bombardeado cerca de três vezes por caças de Israel. O número de mortes em Khan Yunis e Deir el-Balah ainda não foi contabilizado.
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Na última sexta-feira (13/10), Israel deu um prazo de 24 horas para que os palestinos saíssem do norte para o sul de Gaza, em meio a intensificação dos bombardeios na região. No entanto, o ultimato israelense foi criticado pela Organização das Nações Unidas (ONU). A entidade afirmou que seria impossível deslocar tantas pessoas em tão pouco tempo.
De lá para cá, mais de um milhão de palestinos foram obrigados a deixar suas casas. Segundo a Human Rights Watch, organização internacional de direitos humanos, e o Ministério da Saúde da Palestina, aproximadamente 70 pessoas, a maioria mulheres e crianças, foram mortas durante esse deslocamento. Esses cidadãos fugiram do norte de Gaza utilizando as rotas designadas pelos militares israelenses, mas os ataques aéreos e os lançamentos de foguetes continuaram.
Além dos bombardeios, a suspensão de serviços essenciais, como água, energia elétrica e alimentos, também causa preocupação internacional, pelo fato de agravar a crise humanitária em Gaza. De acordo com a Agência Das Nações Unidas de Assistência e Trabalho para Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA), os palestinos podem começar a morrer sem água. Uma linha de água foi aberta nesta terça-feira (17/1), durante apenas três horas no sul da Faixa de Gaza.
Porém, a medida atendeu somente a metade da população de Khan Yunis. "Isto não resolve as necessidades urgentes de água noutras partes de Khan Yunis, na Área Média e em Rafah . Apenas 14% da população da Faixa de Gaza beneficiou desta abertura da linha de água durante três horas", destacou a agência da ONU.
Na espera pelo resgate
O governo brasileiro negocia a abertura de um corredor humanitário e a autorização para a liberação da fronteira com o Egito para resgatar brasileiros que estão na zona de conflito. Dos 32 cidadãos brasileiros que aguardam para retornarem ao país, 16 pessoas — sendo quatro homens, quatro mulheres e oito crianças — foram deslocadas para Rafah.
Elas estavam alojadas na escola Rosary Sisters, no norte de Gaza, que está sob ataque israelense. Outras 16 pessoas — dois homens, cinco mulheres e nove crianças — são moradoras de Khan Yunis e aguardam a liberação em suas casas. A cidade fica a poucos quilômetros de Rafah.
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