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Ataques israelenses matam pelo menos 28 pessoas em Rafah, no sul de Gaza

Rafah e Khan Yunis abrigam o grupo de 32 brasileiros que aguardam serem resgatados para voltarem ao Brasil, além de outros refugiados

Visão geral dos edifícios destruídos enquanto as pessoas se reúnem em busca de vítimas após um ataque aéreo israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em 17 de outubro de 2023       -  (crédito: MOHAMMED ABED / AFP)
Visão geral dos edifícios destruídos enquanto as pessoas se reúnem em busca de vítimas após um ataque aéreo israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em 17 de outubro de 2023 - (crédito: MOHAMMED ABED / AFP)
postado em 17/10/2023 08:16 / atualizado em 17/10/2023 08:19

Mesmo após a ordem para que a população do norte de Gaza se deslocasse para o sul, as cidades de Rafah, Khan Yunis e Deir el-Balah foram alvos de ataques israelenses. Esses locais abrigam o grupo de 32 brasileiros que aguardam serem resgatados para voltarem ao Brasil, além de outros refugiados. Segundo o Ministério do Interior da Palestina, pelo menos 28 pessoas morreram em Rafah.

A cidade, que fica na fronteira com o Egito, é o único ponto de passagem entre Gaza e o exterior que não está sob controle israelense e foi bombardeado cerca de três vezes por caças de Israel. O número de mortes em Khan Yunis e Deir el-Balah ainda não foi contabilizado.

Na última sexta-feira (13/10), Israel deu um prazo de 24 horas para que os palestinos saíssem do norte para o sul de Gaza, em meio a intensificação dos bombardeios na região. No entanto, o ultimato israelense foi criticado pela Organização das Nações Unidas (ONU). A entidade afirmou que seria impossível deslocar tantas pessoas em tão pouco tempo.

  • Palestinos choram antes do funeral de seus parentes, que foram mortos em um ataque israelense, em Rafah, no sul da Faixa de Gaza
    Palestinos choram antes do funeral de seus parentes, que foram mortos em um ataque israelense, em Rafah, no sul da Faixa de Gaza SAID KHATIB / AFP
  • Pessoas procuram vítimas após um ataque aéreo israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza
    Pessoas procuram vítimas após um ataque aéreo israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza MOHAMMED ABED / AFP
  • Um homem palestino grita enquanto outros resgatam uma vítima após um ataque aéreo israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza
    Um homem palestino grita enquanto outros resgatam uma vítima após um ataque aéreo israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza MOHAMMED ABED / AFP
  • Um homem carrega um corpo antes do funeral, para aqueles que foram mortos em um ataque israelense, em Rafah, no sul da Faixa de Gaza
    Um homem carrega um corpo antes do funeral, para aqueles que foram mortos em um ataque israelense, em Rafah, no sul da Faixa de Gaza SAID KHATIB / AFP

De lá para cá, mais de um milhão de palestinos foram obrigados a deixar suas casas. Segundo a Human Rights Watch, organização internacional de direitos humanos, e o Ministério da Saúde da Palestina, aproximadamente 70 pessoas, a maioria mulheres e crianças, foram mortas durante esse deslocamento. Esses cidadãos fugiram do norte de Gaza utilizando as rotas designadas pelos militares israelenses, mas os ataques aéreos e os lançamentos de foguetes continuaram.

Além dos bombardeios, a suspensão de serviços essenciais, como água, energia elétrica e alimentos, também causa preocupação internacional, pelo fato de agravar a crise humanitária em Gaza. De acordo com a Agência Das Nações Unidas de Assistência e Trabalho para Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA), os palestinos podem começar a morrer sem água. Uma linha de água foi aberta nesta terça-feira (17/1), durante apenas três horas no sul da Faixa de Gaza.

Porém, a medida atendeu somente a metade da população de Khan Yunis. "Isto não resolve as necessidades urgentes de água noutras partes de Khan Yunis, na Área Média e em Rafah . Apenas 14% da população da Faixa de Gaza beneficiou desta abertura da linha de água durante três horas", destacou a agência da ONU.

Na espera pelo resgate

O governo brasileiro negocia a abertura de um corredor humanitário e a autorização para a liberação da fronteira com o Egito para resgatar brasileiros que estão na zona de conflito. Dos 32 cidadãos brasileiros que aguardam para retornarem ao país, 16 pessoas — sendo quatro homens, quatro mulheres e oito crianças — foram deslocadas para Rafah.

Elas estavam alojadas na escola Rosary Sisters, no norte de Gaza, que está sob ataque israelense. Outras 16 pessoas — dois homens, cinco mulheres e nove crianças — são moradoras de Khan Yunis e aguardam a liberação em suas casas. A cidade fica a poucos quilômetros de Rafah.

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