Faixa de Gaza

Sem ajuda humanitária, Faixa de Gaza passará por "catástrofe" em 24 horas

De acordo com o chefe regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), Ahmed Al Mandhari, restam apenas 24 horas de água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza

Imagem de prédios da Faixa de Gaza bombardeados pelos israelenses -  (crédito:  AFP)
Imagem de prédios da Faixa de Gaza bombardeados pelos israelenses - (crédito: AFP)
postado em 16/10/2023 17:58

A Faixa de Gaza enfrenta uma iminente catástrofe. De acordo com o chefe regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), Ahmed Al Mandhari, restam apenas 24 horas de água, eletricidade e combustível no local, e, se não houver intervenção humanitária, os médicos poderão apenas “preparar as certidões de óbito”. Mandhari fez o alerta à AFP.

No décimo dia de bombardeios israelenses ao território palestino, Gaza e os 2,4 milhões de habitantes — a metade crianças — enfrentam uma "verdadeira catástrofe", advertiu Mandhari. Com cerca de 2.750 mortos e quase 10.000 feridos, segundo as autoridades locais, existe uma sobrecarga dos serviços de socorro.

A OMS aponta que 111 infraestruturas médicas foram danificadas, 12 profissionais de saúde morreram e 60 ambulâncias foram alvejadas. "Há 22 hospitais que tratam de mais de 2.000 pessoas no Norte da Faixa de Gaza, entre elas crianças e pacientes que necessitam de assistência médica regular", alegou o diretor. "Os corpos não podem ser recolhidos de maneira adequada das ruas, e nos hospitais os serviços em funcionamento estão completamente saturados: cuidados intensivos, centros cirúrgicos, emergência e outros".

Para salvar as vítimas, a ajuda humanitária deve entrar na Faixa de Gaza, onde, segundo a ONU, há cerca de um milhão de deslocados que conseguiram levar apenas alguns dos pertences. Atualmente, todos os aviões e caminhões com ajuda estão bloqueados no Sinai egípcio — que faz fronteira com a Faixa de Gaza — devido a falta de um acordo entre Israel e Egito para que o material chegue aos necessitados.

Nesta segunda-feira (16/10), o ministro das Relações Exteriores egípcio, Sameh Shoukry, acusou Israel de não enviar um "sinal" em resposta aos seus pedidos "reiterados" sobre ajuda humanitária. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, está há vários dias visitando a região, e Washington nomeou um enviado especial para a ajuda a Gaza, David Satterfield. Nesta terça-feira (17/10), o coordenador do socorro de emergência da ONU, Martin Griffiths, estará no Oriente Médio para ajudar nas negociações. "Estamos mantendo negociações detalhadas com israelenses, egípcios e outros", assegura Griffiths.

 

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