Um menino de seis anos de descendência palestina foi esfaqueado até a morte, na manhã de sábado (14/10) nos Estados Unidos, por um homem de 71 anos em um crime de ódio em decorrência da guerra entre Israel e o grupo fundamentalista islâmico Hamas. Ao esfaquear o menino, chamado Wadea Al-Fayoume, Joseph Czuba disse que “vocês, mulçumanos, devem morrer”.
O caso ocorreu na cidade de Plainfield, em Chicago, nos Estados Unidos. Joseph é o proprietário da casa em que Wadea e a mãe moravam há dois anos.
A mulher, que deixou a Cisjordânia rumo aos EUA há 12 anos, também foi alvo do crime de ódio: ela foi esfaqueada 12 vezes e está internada em estado grave. O filho, no entanto, não resistiu às 26 facadas desferidas pelo homem.
O gabinete do xerife do Condado de Will, que investiga o caso, classificou o crime como “insensato e covarde”, resultado da atmosfera de ódio causada pela guerra entre Israel e o grupo fundamentalista islâmico Hamas, após a invasão dos extremistas na fronteira israelense em 7 de outubro.
"Os detetives conseguiram determinar que ambas as vítimas deste ataque brutal foram alvo do suspeito por serem muçulmanos e o conflito em curso no Oriente Médio envolvendo o Hamas e os israelenses”, disse o gabinete do xerife em nota.
De acordo com as autoridades, a arma do crime foi uma faca de estilo militar. As informações são da ABC News e do The Guardian. Joseph foi acusado de homicídio em primeiro grau, tentativa de homicídio em primeiro grau e por duas acusações de crime de ódio.
“O que temos é uma criança palestina assassinada por alguém que é radicalizado pelo ambiente em que vivemos agora, que considera os palestinos como animais humanos”, disse Ahmed Rehab, presidente do Conselho de Relações Americano-Islâmicas em Chicago, à ABC News.
Ahmed e outros líderes islâmicos denunciam a escalada de intolerância contra árabes e muçulmanos nos EUA em decorrência da guerra entre Israel. De acordo com o líder religioso, Joseph bateu na porta da família e quando a mãe do menino abriu, tentou sufocá-la enquanto falava “vocês muçulmanos devem morrer”.
Depois, começou a esfaqueá-la. Ela conseguiu se desvencilhar e se esconder no banheiro, onde ligou para a emergência. O filho, no entanto, não conseguiu sobreviver.
Na noite do domingo (15/10), o escritório do FBI em Chicago, a Divisão de Direitos Civis do Departamento de Justiça e a Procuradoria dos EUA para o Distrito Norte de Illinois informaram que uma investigação federal sobre o assassinato foi aberta.
Joe Biden diz que ficou “chocado e enojado”
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comentou a morte do menino e o ataque contra a mãe dele. “A família muçulmana palestina da criança veio para a América em busca do que todos procuramos — um refúgio para viver, aprender e rezar em paz. Este horrível ato de ódio não tem lugar na América”, disse o líder.
“E vai contra os nossos valores fundamentais: a liberdade do medo pela forma como oramos, o que acreditamos e quem somos”, acrescentou.
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