O brasileiro-palestino Hasan Said Rabee está na Faixa de Gaza com a família e afirmou que a situação é de tensão e desespero na região após Israel cortar o fornecimento de água, eletricidade e alimentos. Em entrevista à Folha de S.Paulo, ele disse que os bombardeios israelenses são constantes e que não há possibilidade de sair de Gaza, porque o local está cercado. Hasan nasceu na Palestina, mas vive em São Paulo e viajou há dez dias com a mulher e duas filhas para visitar familiares.
"Temos comida para poucos dias. Quero muito sair daqui e voltar para minha casa em São Paulo. Mais um bombardeio aqui, perto do hospital. Infelizmente, os bombardeios não param um segundo. Muito triste, muito triste", disse Hasan.
Uma parte dos brasileiros que estão na Faixa de Gaza e que pediram ajuda ao governo federal para deixar a região está abrigada em uma escola. De acordo com o Itamaraty, a medida é para evitar que o grupo seja vitima de bombardeios. O resgate dessas pessoas é considerado um desafio, pois além dos ataques aéreos, a falta de energia elétrica pode fazer com que os brasileiros fiquem sem bateria no celular, o que impossibilitaria a comunicação com eles.
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A ideia é retirar esses brasileiros pela cidade de Rafah, que faz fronteira com o Egito. A passagem, no entanto, tem sido alvo de bombardeios de Israel. O Brasil ainda não conseguiu autorização do Egito para fazer o resgate. O ministro Mauro Vieira telefonou para o chanceler egípcio, Sameh Shoukry, que prometeu ajuda.
De acordo com embaixador Alessandro Candeas, representante do Brasil junto à Palestina, 28 brasileiros aguardam serem retirados da Faixa de Gaza. Dessas, 15 são crianças. O plano é remover eles em dois ônibus que vão ser identificados com a bandeira do Brasil para evitar que sejam alvos de ataques.
Colaborou Thays Martins*
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