ORIENTE MÉDIO

Conflito Israel-Hamas: o que se sabe sobre os reféns israelenses tomados pelo grupo islâmico palestino

Segundo o Hamas, o número de israelenses capturados foi "bem maior" do que as dezenas inicialmente estimadas, e eles são mantidos em locais espalhados por toda a Faixa de Gaza

O grupo palestino Hamas realizou um ataque surpresa no sul de Israel nas primeiras horas deste sábado (7/10) -  (crédito: Getty Images)
O grupo palestino Hamas realizou um ataque surpresa no sul de Israel nas primeiras horas deste sábado (7/10) - (crédito: Getty Images)
BBC
BBC Geral
postado em 09/10/2023 20:33 / atualizado em 09/10/2023 22:20

Mais de 100 civis e soldados são mantidos como reféns pelo grupo militante palestino Hamas na Faixa de Gaza, afirmam os militares israelenses.

Alguns estão vivos e outros já são considerados como mortos, declarou disse o porta-voz militar de Israel, o tenente-coronel Jonathan Conricus.

Crianças, mulheres, idosos e deficientes estão entre os reféns, acrescentou ele.

Segundo o Hamas, o número de israelenses capturados foi "bem maior" do que as dezenas inicialmente estimadas, e eles são mantidos em locais espalhados por toda a Faixa de Gaza.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o Hamas é responsável pelo bem-estar dos reféns e que o país iria "acertar as contas com qualquer pessoa que os prejudicasse".

Imagens mostram israelenses sendo levados

Existem diversos vídeos nas redes sociais que supostamente mostram israelenses nas mãos de combatentes do Hamas.

Um desses materiais, verificado pela BBC, mostra um caminhão que passa no meio de uma multidão na Faixa de Gaza e supostamente transporta reféns .

Outro vídeo, geolocalizado na Faixa de Gaza, mostra uma mulher descalça sendo arrastada na traseira de um caminhão com as mãos ensanguentadas e amarradas pelas costas.

Casal é retirado de rave

Alguns reféns teriam sido retirados de uma festa ao ar livre na comunidade Re'im, um subúrbio da cidade de Ofakim, no sul de Israel — não muito longe de Gaza.

Testemunhas disseram à mídia israelense que invasores vieram em motocicletas e começaram a atirar contra os participantes. Muitos seguem desaparecidos.

Vídeos postados nas redes sociais, que não foram verificados pela BBC, parecem mostrar uma mulher que estava na festa sendo capturada e mantida em uma motocicleta por dois homens.

Ela foi identificada por Moshe Or, irmão do parceiro dela, como uma mulher israelense chamada Noa Argamani.

Or relatou o desaparecimento dela, antes de ver o casal em alguns vídeos. Ambos foram detidos por militantes palestinos.

“Eu vi Noa assustada, não consigo imaginar o que se passa na cabeça dela enquanto estava gritando de pânico em uma motocicleta”, disse ele em entrevista à emissora israelense Canal 12.

Um vídeo posterior — também não verificado pela BBC — parece mostrá-la bebendo água numa sala em Gaza.

Situações com reféns em cidades israelenses

Fora da Faixa de Gaza, as forças militares israelenses teriam libertado civis que eram mantidos como reféns em dois locais no sul do país.

Em Be'eri, reféns que estavam detidos numa sala de jantar foram resgatados após 18 horas, de acordo com informações divulgadas pelos canais de televisão de Israel.

Relatos da mídia israelense sugerem que até 50 pessoas foram detidas nesse local.

Em declarações à agência de notícias Reuters, uma mulher identificada como Ella disse que ficou presa em um abrigo antiaéreo durante horas.

“Ouvimos muitos tiros e fomos informados de que os terroristas estavam no refeitório”, disse ela.

"Perdi contato com minha família. Sei que meu pai foi sequestrado... Ninguém nos conta o que está acontecendo. Não sei se minha mãe está viva."

Um vídeo verificado pela BBC mostra militantes em Be'eri conduzindo pessoas descalças por uma rua. Não está claro se eles eram os mesmos reféns mantidos no refeitório ciado por Ella.

Sequestros por grupos militantes palestinos

No passado, grupos palestinos usaram reféns como moeda de troca para garantir a libertação de militantes detidos por Israel.

Israel conseguiu a soltura do soldado Gilad Shalit ao libertar mais de mil prisioneiros palestinos em 2011. Cerca de 200 deles estavam cumprindo penas de prisão perpétua por preparar ou realizar ataques dentro de Israel.

De acordo com o último relatório da B'Tselem, grupo israelense de direitos humanos, havia 4.499 palestinos na prisão por motivos que Israel definia como "segurança" em junho.

Esse número incluía 183 da Faixa de Gaza. Centenas deles estão detidos por estarem ilegalmente dentro de Israel.

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