Política Internacional

Trudeau cogita derrubar sigilo em lista de supostos nazistas no Canadá

Em 1986, uma investigação independente analisou as acusações de que mais de 800 criminosos de guerra nazistas entraram no país, mas seus nomes foram omitidos

Grupos da comunidade judaica têm feito pressão para que o relatório seja tornado público -  (crédito: Dave Chan/ Getty Images/ AFP)
Grupos da comunidade judaica têm feito pressão para que o relatório seja tornado público - (crédito: Dave Chan/ Getty Images/ AFP)
postado em 05/10/2023 13:09

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse nesta quarta-feira (4/10) que seu governo está considerando derrubar o sigilo de uma lista de supostos nazistas que emigraram para o país depois da Segunda Guerra Mundial.

Seus comentários chegam depois de uma gafe diplomática no Parlamento, que, durante a visita recente do presidente ucraniano Volodimir Zelensky a Ottawa, homenageou um veterano ucraniano que havia lutado ao lado dos nazistas durante a guerra.

Em 1986, uma investigação independente analisou as acusações de que mais de 800 criminosos de guerra nazistas entraram no país, mas seus nomes foram omitidos.

"Vamos assegurar que altos funcionários revisem o tema com bastante cuidado, investigando inclusive nos arquivos", disse Trudeau nesta quarta. "Eles farão recomendações aos ministérios pertinentes", acrescentou o primeiro-ministro.

Grupos da comunidade judaica têm feito pressão para que o relatório seja tornado público.

Jagmeet Singh, líder de uma pequena bancada no Parlamento, que apoiou a minoria liberal do governo de Trudeau, disse que é a favor de desclassificar os registros.

Outros, no entanto, sustentam que o Canadá conta com leis rigorosas sobre privacidade e advertiram que isto poderia reabrir feridas do passado.

Em setembro, durante a visita de Zelensky ao Parlamento canadense, o então presidente da Câmara dos Comuns, Anthony Rota, saudou como herói um imigrante ucraniano nonagenário, pedindo para ele uma salva de palmas.

Rota acabou renunciando após a revelação de que o veterano tinha servido em uma unidade militar relacionada com os nazistas.

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