Estados Unidos

Recorde de chuvas em Nova York causa inundações

Chuvas torrenciais e o dia mais úmido em 75 anos espalham transtorno pela ilha de Manhattan e levam autoridades a decretarem estado de emergência. Governadora Kathy Hochul citou risco à vida, e prefeito Eric Adams pediu extrema cautela

Em três horas, choveu mais do que o previsto para o mês inteiro. Ruas de Manhattan ficaram completamente alagadas, cobrindo alguns carros e paralisando o trânsito. Vídeos divulgados pelas redes sociais mostravam a água invadindo ônibus do transporte público, além de escadarias das estações de metrô transformadas em cascatas. A governadora de Nova York, Kathy Hochul, e o prefeito da cidade de Nova York, Eric Adams, decretaram estado de emergência. Hochul pediu aos moradores que permanecessem em casa e classificou o fenômeno como um "evento de chuva com ameaça à vida".

Por sua vez, Adams advertiu que a população não deve subestimar o temporal. "É hora de alerta e de extrema cautela. Se você está em casa, fique em casa. (...) Algumas estações de metrô foram inundadas e está extremamente difícil de se movimentar pela cidade", declarou o prefeito, que visitou algumas áreas da metrópole na manhã de ontem. "Aeroportos estão experimentando atrasos em voos. Não entrem em estradas nem no metrô. É uma condição meteorológica perigosa, que ainda não passou", advertiu Adams. Ele recomendou aos nova-iorquinos que chequem a situação de seus vizinhos e que façam o possível para a água fluir. 

Com 200mm de chuvas registrados desde a zero hora de ontem, os serviços de meteorologia de Nova York informaram que a sexta-feira foi "o dia mais úmido registrado" no Aeroporto Inernacional JFK desde 1948. O estado de emergência decretado pela governadora Hochul vale para Nova York, Long Island, ao leste da cidade, e para o Vale do Rio Hudson. Hochul sublinhou que a recuperação das linhas de metrô era a "prioridade número um". 

"Os acontecimentos desta manhã demonstraram, de forma flagrante, que a cidade e o estado de Nova York devem melhorar sua comunicação com os nova-iorquinos quando fenômenos climáticos extremos se sucedem e antes de que ocorram", disse o presidente do distrito do Brooklyn, Antonio Reynoso. "A triste realidade é que nosso clima muda rápido demais para a capacidade de resposta das nossas infraestruturas", rebateu o comissário de proteção ambiental da cidade, Rohit Aggarwala.

Em um e-mail enviado a seus eleitores, a representante (deputada) democrata de Nova York, Alexandria Ocasio-Cortez, disse que entre 50mm e 120mm de chuva caíram nos bairros de Manhattan, Queens e Brooklyn. Ainda eram aguardados entre 25mm e 70mm, dependendo das áreas.

De acordo com o Serviço Meteorológico dos Estados Unidos, as fortes chuvas são causadas por um sistema de baixa pressão que se estende ao longo da costa do Atlântico médio e atrai ar úmido do oceano, "produzindo áreas de fortes chuvas nas regiões do norte e do leste". Em setembro de 2021, o furacão Ida matou 13 pessoas apenas na cidade de Nova York, a maioria presas no porão de casas antigas transformadas em apartamentos em uma cidade que atravessava uma grave crise imobiliária. "Planeje sua rota de fuga. Não espere que a água chegue até seus joelhos antes de sair. Não espera até que seja tarde demais", aconselhou a governadora Kathy Hochul, sem esconder o receio de que a tragéia de dois anos atrás se repita.

 


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Corrida para evitar o shutdown

A Casa Branca afirmou que ainda é possível evitar a paralisia orçamentária ou "shutdown" do governo, e sinalizou que os republicanos de linha dura são os responsáveis por resolver o impasse. "Ainda há chance", disse a diretora do Escritório de Orçamento da Casa Branca (OMB, na sigla em inglês), Shalanda Young. "Sou otimista (...) Ainda temos um dia e meio para encontrar o que se precisa para aprovar o acordo", que foi oferecido aos republicanos da Câmara de Representantes para evitar a paralisação dos serviços públicos, acrescentou. Os Estados Unidos estão prestes a sofrer uma paralisia orçamentária por uma batalha política na Câmara dos Representantes do Congresso. Sem uma nova lei orçamentária, com a atual expirando à meia-noite de hoje, o Estado federal começará a ficar sem fundos para funcionar.