ESTADOS UNIDOS

Professora é demitida por ler sobre genitália em adaptação de Anne Frank

'O Diário de Anne Frank' foi publicado em 1947 e é referência mundial sobre o Holocausto. No entanto, as primeiras versões ocultavam trechos em que a adolescente falava sobre sexualidade

Uma professora do Texas, nos Estados Unidos, foi demitida na semana passada após ler uma passagem que falava sobre as genitálias feminina e masculina aos alunos da oitava série. O trecho consta na adaptação do famoso livro O Diário de Anne Frank. Segundo o distrito escolar, o uso da obra não foi autorizada pela instituição.

"Como já é sabido, devido às preocupações com as seleções curriculares na aula de literatura com seus alunos, uma professora substituta tem dado aulas desde quarta-feira, 13 de setembro de 2023. O Distrito está atualmente em processo de publicação da vaga para garantir um professor de alta qualidade em tempo integral o mais rápido possível", disse o distrito, em nota enviada ao The Washington Post.

O Diário de Anne Frank foi publicado em 1947 e é referência mundial sobre o Holocausto, genocídio contra cerca de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. No entanto, as primeiras versões ocultavam trechos em que a adolescente judia nascida na Alemanha falava sobre sexualidade.

A adaptação lida em sala de aula no Texas é uma história em quadrinhos, intitulada Anne Frank’s Diary: The Graphic Adaptation. A obra foi autorizada pela fundação que supervisiona os direitos autorais do O Diário de Anne Frank, a Anne Frank Fonds. A adaptação foi feita pelo roteirista Ari Folman e é descrita pelo pelo New York Times Book Review como “tão envolvente e eficaz que é fácil imaginá-la substituindo o Diário nas salas de aula e entre leitores mais jovens".

Anne Frank morreu em um campo de concentração alemão em 1945, depois de dois anos se escondendo dos nazistas. Nascida em Frankfurt, Alemanha, ela deixou o país com a família aos três anos de idade em 1933 para escapar do violento antissemitismo que se espalhava com o nazismo. 

Instalados em Amsterdã, esconderam-se em 1942 em um apartamento construído atrás de uma biblioteca falsa, antes de serem descobertos em 1944 e deportados para campos de concentração.

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