Vinte anos depois do seu primeiro discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva voltou ao púlpito da entidade, agora para fazer uma espécie de reapresentação das credenciais do Brasil diante das 193 nações que compõem a organização.
Tradicionalmente cabe ao presidente brasileiro inaugurar a sessão de debates de alto nível na organização.
Em sua fala, Lula defendeu que a desigualdade deve ser o objetivo síntese da agenda. "É preciso reincluir o pobre nos orçamentos nacionais e fazer os ricos pagarem impostos proporcionais a seu patrimônio", declarou.
O presidente brasileiro prestou condolências às vítimas de tragédias no Marrocos e Líbia, lembrando ainda das chuvas no Rio Grande do Sul.
Lula também repetiu que o "Brasil está de volta", sendo interrompido por aplausos nesse momento de sua fala.
Lembrou ainda que a fome foi tema central de seu discurso há 20 anos e que hoje ela atinge 735 milhões de pessoas, ao mesmo tempo em que os mais ricos acumulam riquezas.
"Precisamos vencer a resignação que nos faz aceitar tamanha injustiça como fenômeno natural para vencer a desigualdade", afirmou.
Segundo fontes do Itamaraty, a Assembleia Geral era o último “tabuleiro” no qual o petista queria reencaixar o Brasil como um jogador relevante — depois do que Lula considera como quatro anos de ausência internacional do país no cenário externo, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Em menos de nove meses de mandato, o líder brasileiro já participou dos fóruns do G7, G20, Brics, Celac com União Europeia e G77.
A última vez que Lula havia discursado como presidente na Assembleia-Geral da ONU foi em 2009, há 14 anos.
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