As Forças Armadas da Venezuela desalojaram mais de 11.500 mineradores ilegais da maior reserva natural do país, informou o chefe militar encarregado das operações neste domingo (10/9).
O general Domingo Hernández Lara, chefe do Comando Estratégico Operacional das Forças Armadas, afirmou nas redes sociais que "mais de 11.500 mineradores ilegais foram desalojados", envolvidos na destruição sistemática e contínua do meio ambiente no parque de Yapacana, no sul do país.
Os mineradores desalojados estavam envolvidos em atividades como "desmatamento, queimadas, contaminação de fontes de água e perfurações subterrâneas", usando "mangueiras de alta pressão e maquinaria para remover a camada vegetal, além do uso de agentes poluentes, entre outros", detalhou o chefe militar.
Lara mencionou que entre os mineradores ilegais desalojados também havia estrangeiros, mas não especificou suas nacionalidades.
O Defensor do Povo da Colômbia advertiu em meados de junho ao Ministério das Relações Exteriores do país que adotasse "mecanismos que garantam o devido processo e o direito à defesa dos cidadãos que possam ser detidos durante operações militares das tropas venezuelanas nas minas auríferas de Yapacana".
Ele também instou as autoridades dos departamentos de Vichada e Guainía, fronteiriços com a Venezuela, a ativarem "planos de contingência" diante da eventual "deportação" de cerca de 7.000 colombianos da Venezuela.
A operação foi ativada em 1º de julho como parte da "Operação Escudo Bolivariano Autana 2023", que as Forças Armadas realizam em Yapacana, o maior parque nacional do país com 320.000 hectares.
Em 4 de julho, o presidente Nicolás Maduro afirmou ter ordenado o desdobramento das Forças Armadas para combater o avanço da mineração ilegal que "vem destruindo a Amazônia da América do Sul (...) e da Venezuela".
A ONG SOS Orinoco, crítica ao governo, informou que até agosto de 2023 cerca de 23 minas ilegais afetavam 3.316 hectares do parque Yapacana. "As imagens de satélite confirmam que ainda existem áreas significativamente grandes onde essas minas permanecem intactas", indicou a organização em um relatório publicado no início de setembro.
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