O Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco se reúne a partir de domingo (10) em Riade, em uma sessão marcada pelo reconhecimento de locais memoriais, como o centro de tortura argentino ESMA, e por um apelo de emergência à Ucrânia e Veneza.
Mesquitas medievais, um trecho da Rota da Seda, o sítio arqueológico maia de Tak'alik Ab'aj na Guatemala... um total de 53 candidatos descobrirão nas próximas duas semanas se fazem parte da prestigiada lista do Patrimônio Mundial.
Alguns dos cinquenta candidatos - um número significativo desde que a sessão de 2022 agendada na Rússia não foi realizada devido à invasão da Ucrânia - são pouco conhecidos ou menos do que joias patrimoniais, como a Alhambra em Granada ou a Grande Muralha da China.
Símbolo de reconhecimento e esperança de atração econômica através do turismo, a lista do Patrimônio Mundial da Unesco reconhece atualmente mais de mil sítios, incluindo cerca de 900 culturais, mais de 200 naturais e cerca de 40 mistos.
A edição deste ano será marcada por uma possível entrada forte de locais memoriais, até agora pouco representados: Ruanda propõe quatro ligados ao genocídio; Argentina, a antiga Escola de Mecânica da Marinha (ESMA); França e Bélgica locais da Primeira Guerra Mundial.
"Preservar estes locais para que a memória coletiva seja sustentada é muito importante. O mundo não pode voltar atrás e não pode admitir que acontecimentos como os vividos na ESMA possam voltar a acontecer", defendeu há um ano o presidente argentino Alberto Fernández, em Nova York.
Entre 1976 e 1983, durante a última ditadura militar, a ESMA – hoje convertida em museu memorial – funcionou como centro clandestino de detenção, tortura e extermínio, onde mais de 5.000 pessoas foram torturadas e desapareceram, segundo a candidatura argentina.