TRAGÉDIA

Terremoto no Marrocos: 'Por 45 segundos, tudo balançou violentamente'

Em depoimento ao Correio, turista norte-americano em Marrakech descreve o que sentiu durante o tremor e conta que passou a madrugada na praça

O turista norte-americano Joseph Niedermeyer, 22 anos, desembarcou em Marrakech na quinta-feira (7/9) para uma viagem de 13 dias — a primeira para o Marrocos. Na madrugada deste sábado (9/9), teve que deixar o quarto no Ria Jennah Rouge para dormir ao relento, na praça em frente à Mesquita da Koutoubia, um dos principais pontos turísticos da cidade. Por volta das 23h desta sexta-feira, um terremoto de magnitude 6.8 na escala Richter (aberta, raramente chega a 9) sacudiu o Marrocos, matando centenas de pessoas.

Joseph e outros jovens que ele tinha conhecido estavam sentados no rooftop do hotel. "Tudo começou a sacudir bem rapidamente. Parecia uma forte rajada de vento, em um primeiro momento. E chacoalhou mais e mais. Foi aí que percebi tratar-se de um terremoto. Por uns 45 segundos, tudo balançou de forma bem violenta", contou ao Correio. "Fomos até o andar inferior para checar outras pessoas. Dizíamos: 'Oh, meu Deus!'. De repente, entramos em pânico. Um cara que conheci duas horas antes estava com o rosto coberto de poeira.

Confira o vídeo do momento do terremoto:

Ele dizia que tínhamos de sair dali. Deixamos o prédio de modo frenético. Tínhamos medo de o edifício desabar com uma réplica. Entrei em um dos túneis e vielas para tentar chegar a uma praça. Havia uma mistura de gente correndo e andando. Finalmente, saímos do local e decidimos ficar na praça, que estava lotada. Pinturas e móveis de nosso hotel caíram. Nós túneis havia muitos escombros. Foi aí que percebi que tinha sido grave", relatou. A polícia chegou à praça onde ele e os amigos estavam e aconselhou todos a permanecerem ao ar livre.

"A cidade de Marrakech dormiu ao ar livre. São centenas e centenas de pessoas. Não vi ninguém chorando. Acho que estavam esperando por isso", disse Joseph. Durante a entrevista, a reportagem escutou o barulho de sirenes. "Ambulâncias passam por aqui a todo o momento", contou o norte-americano. "Vi duas pessoas carregando um corpo, mas não parecia ter sido o de uma pessoa atingida por escombros. Um colega machucou o braço, com a queda de destroços, mas está bem."

 

Joseph Niedermeyer/Acervo Pessoal -
Joseph Niedermeyer/Acervo Pessoal -
Joseph Niedermeyer/Acervo pessoal -