Presos de uma penitenciária na cidade equatoriana de Cuenca, localizada nos Andes do sul do país, que desde quarta-feira protestam contra a transferência de detentos para outras prisões, mantêm 57 agentes penitenciários e policiais como reféns, informou nesta quinta-feira (31/8) o ministro do Interior, Juan Zapata.
Em meio a um dia violento devido às explosões de dois carros-bomba em Quito, Zapata afirmou que sete dos reféns são policiais. "Estamos preocupados com a segurança dos nossos funcionários", disse ele em coletiva de imprensa em Quito.
Na quarta-feira, centenas de soldados e policiais realizaram uma operação de busca por armas, munições e explosivos em uma prisão na cidade andina de Latacunga, no sul do Equador, uma das principais do país e cenário de frequentes massacres entre detentos que causaram mais de 430 mortes desde 2021.
As hipóteses sobre os reféns têm mudado ao longo do dia. Inicialmente, o órgão estatal responsável pelas prisões (Snai) afirmou que se tratava de uma retaliação pela "intervenção" das forças de segurança. Posteriormente, as autoridades indicaram que a retenção é um protesto contra a transferência de detentos para outras prisões.
Gangues ligadas ao tráfico de drogas travam uma guerra pelo poder e usam as prisões como centros de operações.
Diante dos confrontos violentos entre as organizações aliadas a cartéis mexicanos e colombianos nas prisões, o presidente Guillermo Lasso decretou em 24 de julho o estado de exceção em todo o sistema penitenciário por 60 dias, o que permite a presença militar nas prisões.
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