O procurador-geral da Líbia, Al Seddik Al Sour, ordenou a prisão provisória do prefeito da cidade líbia de Derna, Abdulmonem al-Ghaithi, em meio a uma investigação sobre o rompimento de duas barragens durante uma tempestade na região neste mês.
- Enchentes na Líbia: a cidade que parece ter sido varrida por tsunami
- Líbia: sobreviventes da catástrofe épica em Derna relatam drama
Abdulmonem já tinha sido afastado do cargo ao lado do restante do conselho municipal após a tragédia. Ele é suspeito de "abuso de poder e má gestão dos recursos destinados ao desenvolvimento da cidade".
Além dele, outros sete funcionários do governo também foram detidos que ocupam ou ocuparam cargos de responsabilidade no departamento de recursos hídricos ou na administração das barragens na Líbia. O grupo é suspeito, entre outras acusações, de “má gestão e negligência”, informa o gabinete do procurador em um comunicado.
O comunicado publicado nesta segunda-feira (25/9) afirma que a investigação afeta 16 pessoas, todas envolvidas em diversos níveis com a gestão das barragens na Líbia. As oito pessoas colocadas em prisão provisória foram ouvidas no domingo (24/9) por uma comissão de investigação sobre o rompimento das barragens.
O procurador-geral Al Sour anunciou em 15 de setembro a abertura de uma investigação sobre as circunstâncias das inundações. Ele afirma que a administração das barragens na Líbia apontava fissuras desde 1998 nas duas construções afetadas, mas nenhuma medida foi adotada para reparar os locais.
A investigação se concentra, em particular, um contrato assinado entre o Departamento Hídrico da Líbia e uma empresa turca para a manutenção das duas barragens e a transferência, em 2014, para esta última de "valores desproporcionais", apesar de "ter violado os compromissos estipulados" no acordo, segundo um comunicado divulgado pelo procurador.
As inundações provocadas pela tempestade Daniel deixaram mais de 3.800 mortos na Líbia. O número inclui apenas os corpos enterrados e registrados pelo Ministério da Saúde. Até o momento não foram contabilizados os corpos que os moradores sepultaram pouco depois da catástrofe. Contudo, as autoridades locais e as organizações humanitárias internacionais calculam que mais de 10 mil pessoas estão desaparecidas.
*Com informações da AFP
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br