Estados Unidos

Britânico nada 500 km no Rio Hudson, nos EUA, em defesa dos afluentes

Lewis Pugh espera que seu feito, sendo a primeira pessoa a nadar nas águas frias do icônico rio, inspire as populações da Ásia, África, América do Sul ou Europa a pensar

O ativista começou sua natação por toda a extensão do rio Hudson em 13 de agosto de 2023 e terminou o percurso de 507 km um mês depois, pouco antes de a ONU começar a ratificar o Tratado de Alto Mar -  (crédito: Ed JONES/AFP)
O ativista começou sua natação por toda a extensão do rio Hudson em 13 de agosto de 2023 e terminou o percurso de 507 km um mês depois, pouco antes de a ONU começar a ratificar o Tratado de Alto Mar - (crédito: Ed JONES/AFP)
postado em 14/09/2023 15:30

O nadador britânico Lewis Pugh nadou mais de 500 quilômetros no rio Hudson, que deságua ao sul de Manhattan e em Nova Jersey, nos Estados Unidos, para lembrar o mundo que os afluentes são "essenciais para a vida na Terra".

Às vésperas da semana da Assembleia Geral da ONU, na qual começa a assinatura do recém-acordado Tratado do Alto Mar, o nadador de resistência, que também tem nacionalidade sul-africana, lembrou que há apenas 50 anos nadar neste rio, "um dos mais poluídos do mundo, teria sido impossível".

"Precisamos de rios limpos e saudáveis", argumentou Pugh, designado pela ONU em 2013 como o primeiro Patrão dos Oceanos, que nadou na Antártica, no Polo Norte, no Mar Vermelho e em lagos do Himalaia para conscientizar o mundo sobre sua importância e sobre a necessidade de poder nadar, pescar e comer peixe com segurança.

Além da fauna e da flora exuberantes, durante os 32 dias de sua aventura, pessoas de todas as idades o acompanharam em alguns trechos, um claro sinal para este defensor do meio ambiente de que "as pessoas voltaram a nadar no rio".

A odisseia do nadador começou na nascente do Hudson, nas montanhas de Adirondack, no norte do estado de Nova York, até a sua foz, entre Manhattan e Nova Jersey.

Muitas pessoas que encontrou no caminho lembraram como a cor do rio mudava antes das autoridades decidirem limpá-lo na década de 1970: "um dia poderia ser amarelo, no dia seguinte azul e no seguinte verde, dependendo do que estava sendo tingido, como se estivessem tingindo roupas ou outra coisa", recordou.

Pugh espera que seu feito, sendo a primeira pessoa a nadar nas águas frias do icônico rio, inspire as populações da Ásia, África, América do Sul ou Europa a pensar: "nosso rio também pode ser salvo".

Como o rio Sena, que passa por Paris, a capital francesa, onde se espera que a partir dos Jogos Olímpicos de 2024 seja possível nadar sem riscos para a saúde pela primeira vez em 100 anos.

Para isso, o costarriquenho Carlos Manuel Rodríguez, presidente do Global Environment Facility (GEF), que trabalha em 150 países, disse ao final da façanha de Pugh que é necessário "mudar o consumo irracional e o sistema de produção" atual.

"Se os humanos desaparecessem da Terra, em um ano, os rios teriam se recuperado, mas não queremos que os humanos desapareçam, queremos rios limpos e temos o conhecimento e os recursos para fazer isso", lembrou.

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