DE OLHO NO CÉU

Superlua: como ver fenômeno que só voltará a acontecer em 2037

Lua Cheia, Superlua e Lua Azul ao mesmo tempo: entenda por que esse fenômeno excepcional acontece.

Getty Images

Três termos diferentes são usados ??para descrever a espetacular Lua vista na noite de segunda (30/8) para terça-feira (31/8).

O fenômeno, aliás, poderá ser observado novamente, embora com menos intensidade, de terça para quarta-feira (1/9).

Falamos aqui da Lua cheia, da superlua e da Lua azul — que muitos simplesmente têm chamado de "superlua azul".

A seguir, explicamos o que é esse fenômeno e como observá-lo.

O que é uma superlua?

A Lua viaja ao redor do nosso planeta em uma órbita elíptica, ou seja, como se fizesse um círculo alongado.

Nessas voltas, Lua e Terra ficam mais próximas de um lado da elipse, como explica a Nasa (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço), dos Estados Unidos.

A cada mês, a Lua passa pelo ponto mais próximo da Terra (chamado de perigeu) e pelo ponto mais distante da Terra (o apogeu).

Quando a Lua está no perigeu e pode ser vista por completo (a Lua cheia), esse fenômeno é chamado de "superlua".

NASA/JPL-CALTECH
A Lua está no ponto mais distante da Terra no apogeu ("apogee", em inglês) e no ponto mais próximo no perigeu ("perigee")

E por que essa é uma Lua azul?

“Lua azul” é o termo comumente usado para as vezes em que vemos a Lua cheia duas vezes no mesmo mês.

Isso ocorre porque o ciclo da Lua é de 29,5 dias — ou seja, um pouco menor que a duração média de um mês no nosso calendário padrão de 30 ou 31 dias.

Quando a Lua cheia acontece logo no início de um mês, restam dias suficientes para um ciclo lunar completo. Com isso, ainda haverá uma segunda Lua cheia no final deste mesmo mês, lá perto dos dias 30 ou 31 (como acontece agora em agosto).

Em outras palavras, uma Lua cheia que ocorre no primeiro ou segundo dia de um mês provavelmente será seguida por uma segunda Lua cheia no dia 30 ou 31. Isso acontece a cada dois ou três anos, explica a Nasa.

As pessoas às vezes se referem a dois tipos de Luas Azuis: as mensais e as sazonais.

A atual Lua azul se encaixa na categoria de mensal.

Já as Luas azuis sazonais ocorrem quando há quatro Luas cheias em uma única estação (primavera, verão, outono ou inverno), em vez das três esperadas para cada estação.

A Lua realmente fica azul?

Não, esclarece a Nasa. Esse é apenas o nome dado para as duas Luas cheias que ocorrem em um mês.

No entanto, em raras ocasiões, pequenas partículas no ar (geralmente de fumaça ou de poeira) podem espalhar comprimentos de onda vermelhos de luz, fazendo com que a Lua pareça ligeiramente azulada.

NASA/GODDARD/LUNAR RECONNAISSANCE ORBITER
Esta imagem ilustra a diferença na aparência da Lua cheia no perigeu (à esquerda) e no apogeu (à direita).

Esta Lua parece maior?

Sim. A Lua está atualmente localizada a cerca de 360 mil km de distância da Terra, o que a faz parecer 14% mais brilhante e maior do que o seu tamanho regular, aponta a Nasa.

Normalmente, nosso satélite natural está a uma distância de aproximadamente 405 mil km.

As Luas azuis e as superluas sempre ocorrem juntas?

Cerca de 25% de todas as Luas cheias são superluas, mas apenas 3% das Luas cheias são também Luas azuis, diz a Nasa.

O tempo entre as superluas azuis varia — pode demorar até 20 anos entre uma e outra —, mas em geral a média é de 10 anos.

As próximas superluas azuis ocorrerão apenas em janeiro e março de 2037.

Getty Images
A Lua parece 14% maior no perigeu

Como a superlua azul pode ser observada?

Em grande parte do mundo, a Superlua azul foi vista sem a necessidade de binóculos ou telescópios entre os dias 30 e 31 de agosto. Em muitos locais com as condições climáticas favoráveis, bastou olhar para o céu.

O fenômeno poderá ser visto novamente na noite entre 31/8 e 1/9, só que em menor intensidade.

Embora a Lua possa ser observada desde que aparece no horizonte até a alta madrugada, há um momento exato para vê-la em seu máximo esplendor.

Esse momento exato da Lua cheia é definido como o ponto em que o satélite está a 180 graus do Sol, completamente oposto à nossa estrela no céu acima da Terra.

No Brasil, isso ocorreu por volta das 22h30 no horário de Brasília na noite de 30 a 31/8.

A Nasa possui um site especial com detalhes e recomendações sobre o que observar durante a análise do nosso satélite natural.

Tags