O alpinista paquistanês Muhammad Hassan, de 27 anos, morreu após ter sido deixado gravemente ferido em uma das montanhas mais altas do mundo. A K2, uma montanha na Ásia, é a segunda mais alta do mundo com 8,6 mil metros de altura. Muhammad Hassan teria escorregado e ficado pendurado por uma corda a 1.300 pés do cume.
O caso aconteceu em 27 de julho, mas um vídeo que mostra o momento do acidente divulgado agora gerou revolta nas redes sociais. Isso porque vários alpinistas passaram por ele e não o ajudaram.
De acordo com testemunhas ouvidas pelo Mail Online, apenas alguns alpinistas tentaram ajudar ele, mas não conseguiram. Uma dessas pessoa teria sido o brasileiro Gabriel Tarso, que tentou movimentar Hassan para um lugar mais seguro.
“Foi no k2, que eu vivi o momento mais intenso e triste da minha carreira entre montanhas até agora, ao ver entre meus braços, partir uma alma inocente e incapaz de sobreviver aquele lugar. Mais tarde, no vilarejo de Tisar eu encontrei o filho deste rapaz, que ainda não entende muita coisa da vida, mas que carrega o mesmo sorriso do seu pai. Pude dar um abraço apertado e tirar uma foto com ele para tentar aliviar um pouco a dor que é tentar salvar a vida de alguém e não ser capaz”, relatou Tarso em suas redes sociais.
Segundo montanhistas da região, a área é muito perigosa e por isso não é possível nem recuperar o corpo dele. "Isso aconteceu na parte mais perigosa da montanha mais mortal do mundo, e você deve se lembrar que a mais de 8 mil metros, seus instintos de sobrevivência afetam as decisões que você toma", disse Kristin Harila, uma das alpinistas que participava da expedição. Segundo ela, a equipe imediatamente atendeu Hassan quando ele escorregou e passou cerca de duas horas e meia ao lado do paquistanês e administrou oxigênio dele.
No entanto, outros colegas afirmaram que os alpinistas estavam mais interessados em estabelecer recordes do que salvar a vida de Muhammad. O alpinista Philip Flämig disse que as imagens gravadas com um drone mostram uma trilha de alpinistas caminhando sobre o corpo atingido em vez de ajuda-lo. De acordo com o DW, cerca de 200 alpinistas estavam tentando chegar ao cume naquele dia, metade deles conseguiram.
Após a morte, uma comissão de inquérito foi criada pelo governo da província de Gilgit-Baltistan, no Paquistão para investigar o que aconteceu.