Quadro - Retrato do magnicídio

O assassinato

Fernando Villavicencio foi assassinado às 18h14 de quarta-feira (20h14 em Brasília), no momento em que saía do Colégio Anderson de Quito, na região centro-norte da capital equatoriana, onde tinha acabado de fazer um comício. Pistoleiros a bordo de uma motocicleta se aproximaram da janela do carro usado por Villavicencio e dispararam 13 vezes. Três tiros acertaram a cabeça do candidato, que morreu no local. 

A vítima

Aos 59 anos, Fernando Villavicencio travava uma ferrenha luta contra a corrupção. Dias antes de ser executado, apresentou denúncias de irregularidades em contratos estatais. Uma de suas investigações jornalísticas levou o ex-presidente Rafael Correa (2007-2017) ao banco dos réus. O relatório feito em conjunto com seu colega e amigo Christian Zurita expôs um esquema de propinas que encurralou o ex-chefe de Estado e funcionários de seu governo por terem recebido subornos de empresários. Suas investigações lhe renderam ordens de prisão. Em 2014, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) concedeu medidas cautelares após ele ser condenado a 18 meses de prisão por difamar Correa. Villavicencio aparecia na segunda colocação nas pesquisas de intenção de voto, atrás da candidata Luisa González, próxima a Correa, de acordo com a empresa de pesquisa Cedatos.

Suspeitos capturados

Seis colombianos foram presos por envolvimento no assassinato de Villavicencio e estão à disposição da Justiça do Equador. São eles: Andrés Manuel Mosquera Ortiz, José Neider López Hitas, Adey Fernando García García, Camilo Andrés Romero Reyes, Jules Osmin Castaño Alzate e Jhon Gregore Rodríguez Gomgora. Dois dos suspeitos foram capturados minutos depois do atentado, enquanto quatro estavam em outras localidades de Quito. As autoridades suspeitam que eles façam parte dos Los Lobos, uma organização do crime organizado ligada ao cartel Jalisco Nueva Generación, do México.

Armas apreendidas

Em um carro estacionado diante de uma das casas invadidas pela polícia do Equador, foi encontrada uma maleta com armas e granadas. Os agentes apreenderam um fuzil, quatro pistolas, uma submetralhadora, seis alimentadores de calibre 9mm e dois de calibre 5.56, caixas com munição, três granadas de fragmentação e vários quilos de substâncias entorpecentes.

 

Reprodução - Os seis suspeitos de envolvimento no assassinato de Fernando Villavicencio, candidato à Presidência do Equador
Reprodução - Armas utilizadas pela quadrilha suspeita de assassinar o candidato à Presidência do Equador Fernando Villavicencio
Reprodução - Um dos suspeitos é imobilizado e preso, logo após o ataque