Em vídeo publicado nas redes sociais de Fernando Villavicencio, feito poucos dias antes de ser assassinado, o candidato a presidente do Equador, morto na noite de quarta-feira (9/8), falava sobre as ameaças que estava sofrendo e que tinha sido orientado a usar um colete a prova de balas. No vídeo, ele fala sobre chefes do narcotráfico e assassinos de aluguel, e diz que eles não vão quebrá-lo.
Nas imagens gravadas na cidade de Chone, no Equador, , Villavicencio relata o pedido de que usasse um colete, mas ele reafirmou que o colete dele era as "pessoas" que ali estavam. "Eu não preciso dele (colete). Vocês são um povo valente e eu sou valente como vocês. Vocês são os que cuidam de mim, venham, aqui estou. Falaram que vão me quebrar. Aqui estou", afirmou ele em um trecho.
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O discurso ficou ainda mais intenso na sequência quando ele cita que existem pessoas que estão atrás dele. "Que venham os chefes do narcotráfico, que venham os assassinos de aluguel, que venham o acusadores, se acabou o tempo da ameaça. Aqui estou eu. Que venham me quebrar, eles podem me dobrar, mas nunca vão me quebrar".
Segundo o Correio apurou, a gravação do vídeo foi realizada nas últimas três semanas, pouco tempo antes do assassinato de Fernando Villavicencio. Ele foi morto com um tiro na cabeça na noite de quarta-feira (9/8) quando saia de um prédio em direção a um carro. Ele tinha 59 anos e era jornalista investigativo.
Quem era Fernando Villavicencio
Candidato por uma coligação formada por partidos de centro e de centro-esquerda, o político se declarava defensor das causas indígenas e dos trabalhadores, tendo atuado por anos como líder sindical.
Após o assassinato de Villavicencio, o presidente do Equador, Guillermo Lasso, se disse "indignado e chocado" com o crime. Pelo Twitter, ele prestou solidariedade e condolências à esposa e as filhas do político e também relacionou o assassinato com o crime organizado. "O crime organizado já percorreu um longo caminho, mas todo peso da lei vai cair sobre eles", disse.
Uma semana atrás, Villavicencio denunciou ameaças contra ele e sua equipe de campanha, supostamente vindas do líder de uma gangue criminosa ligada ao narcotráfico, que está detido.