Lisboa — A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) está chegando ao fim com temperaturas extremas na capital portuguesa. As previsões são de que, neste domingo (06/08), quando o papa Francisco rezará a última missa com milhares de jovens de todas as partes do mundo — apenas as Maldivas não têm participantes — e anunciará a próxima sede do megaevento — a aposta é a Coreia do Sul —, os termômetros alcancem os 41 graus. Por conta do calor excessivo, Portugal entrou em alerta máximo.
Segundo Bruno Borges, integrante da Defesa Civil portuguesa, a umidade do ar ficará abaixo de 30%, criando condições propícias para incêndios. Para complicar, segundo ele, haverá fortes ventos em várias regiões, o que pode propagar as queimadas. Neste sábado (05/08), o fogo consumiu mais de 6 mil hectares em Castelo Branco e Proença-a-Nova. Várias casas estão sob risco e estradas foram fechadas. “Pedimos a todos que tomem precauções para não provocar incêndios jogando, por exemplo, pontas de cigarro acesas no chão”, implorou.
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Há uma enorme preocupação com o que pode ocorrer em Lisboa, onde o caos se instalou com a chegada de milhares de peregrinos para a Jornada. As estimativas apontam para quase 1 milhão de pessoas, quase o dobro da população da cidade. As ruas estão caóticas, sujas. O trânsito enfrenta vários constrangimentos, por causa do fechamento de vias para a segurança do papa. Os transportes públicos estão operando no limite. Trens, metrô e ônibus não estão dando conta de tanta demanda.
Neste fim de semana, disse Ivo Cardoso, representante do Instituto Nacional de Emergência Médica (Inem), o Samu português, os olhos das autoridades estão voltados para o Parque Tejo, onde Francisco fará a vigília com os jovens, que devem permanecer no local até a tarde de domingo, quando, efetivamente, a Jornada estará encerrada. A região é inóspita, um campo aberto, sem quase proteção natural contra o sol. “Pedimos, portanto, que as pessoas se hidratem, que usem protetor solar e peçam ajuda caso se sintam mal”, afirmou.
A preocupação só é quebrada pela alegria irradiada pelos jovens, que andam por Lisboa entoando cantos religiosos e pela esperança propagada pelo papa. Ele conseguiu quebrar a sisudez dos portugueses, que saíram às ruas para saudar o pontífice e tem relevado, em grande parte, os problemas enfrentados para se locomoverem. Como disse o presidente Marcelo Rebelo de Souza, Portugal nunca mais será o mesmo depois da Jornada. A pergunta que todos se fazem é se a mudança será para melhor.
No penúltimo dia da Jornada, o Francisco voltou a defender a inclusão e a solidariedade como ferramentas para a construção de um mundo mais justo. Ao rezar o terço com 112 jovens presidiários e jovens com doenças e deficiências na Capelinha das Aparições, no Santuário de Fátima, ele afirmou que a Igreja não tem portas para que todos possam entrar, sem exceção. Mais de 200 mil peregrinos atenderam ao chamado de Francisco, que optou por um discurso improvisado, ressaltando a força das mulheres, as mães, que estão sempre apressadas, de coração aberto para abraçar todos os filhos.