Estudantes que chegarem às escolas vestindo abaya ou qamis (trajes muçulmanos) não poderão entrar em sala na França, mas "serão acolhidos" pelos estabelecimentos escolares, que deverão "explicar-lhes o sentido" desta proibição, disse nesta quinta-feira o ministro da Educação, Gabriel Attal.
Attal, que anunciou no domingo a proibição deste longo traje tradicional que cobre o corpo todo utilizado por algumas estudantes muçulmanas, destacou nesta quinta-feira que a nova norma também incluirá o qamis, a versão masculina da vestimenta.
"Atrás do abaya, atrás do qamis, há meninas, meninos e famílias. Seres humanos com quem é preciso dialogar, aplicar pedagogia", estimou o novo ministro da Educação.
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"Serão acolhidos e haverá uma conversa com eles para explicar-lhes o sentido da regra e porque tomamos esta decisão", afirmou, destacando que "a partir de segunda-feira" nenhum destes alunos poderá entrar em sala.
"A laicidade é um dos valores fundamentais da escola da República Francesa", insistiu, justificando o calendário deste anuncio -antes do início das aulas- com suas "reuniões com os diretores dos estabelecimentos" que aguardavam "uma regra clara".
Em algumas escolas "há dezenas de pessoas afetadas" e os diretores devem estar "acompanhados neste trabalho de mediação", explicou o ministro.
Será enviada um nota na qual o governo "esclarecerá a norma" e "fornecerá guias para que realizem esta transição", detalhou.
Segundo Attal, que não revelou o conteúdo do texto, também será enviada uma carta aos diretores dos estabelecimentos "com destino às famílias afetadas".
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