Esta terça-feira (29/8) é o Dia Internacional Contra os Testes Nucleares, data instituída por unanimidade pela Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU), em dezembro de 2009. O objetivo é alertar o mundo sobre os efeitos e riscos de qualquer tipo de teste nuclear, ou experiências que desencadeiem explosões.
A data marca também o encerramento do maior campo de testes nucleares do mundo até hoje, o Semipalatinsk, no Cazaquistão, em 1991 — usado pela então União Soviética (URSS), durante a Guerra Fria, entre 1949 e 1989.
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De acordo com a ONU, desde 1945 — ano em que a Segunda Guerra acabou e bombas nucleares americanas foram jogadas em cidades do Japão, dando início à Guerra Fria entre Estados Unidos e União Sóviética — mais de 2 mil testes nucleares foram feitos, afetando a qualidade do ar e devastando paisagens ao redor do mundo.
Nesta segunda-feira (28/8), o secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, discursou sobre a importância da proibição desse tipo de teste. Ele destacou o Tratado de proibição total de testes nucleares, que “embora não esteja em vigor, permanece como um poderoso testemunho da vontade da humanidade de afastar de uma vez por todas a sombra da aniquilação nuclear do nosso mundo”.
O Tratado foi adotado pela ONU em 1996, até o ano passado (2022). Ele foi assinado por 185 países e 170 validaram (para que o documento entrasse em vigor, foi necessário a confirmação pelos Estados com capacidades nucleares significativas).
Por fim, Guterres fez um apelo a todos os países que ainda não ratificaram o tratado e pediu urgência: “Vamos acabar com os testes nucleares para sempre”.
Leia a íntegra do discurso de António Guterres:
"Desde 1945, mais de 2.000 testes nucleares infligiram um sofrimento aterrador às pessoas, envenenaram o ar que respiramos e devastaram paisagens ao redor do mundo.
No Dia Internacional Contra os Testes Nucleares, o mundo fala com uma só voz para pôr fim a esse legado destrutivo.
Este ano, enfrentamos um aumento alarmante da desconfiança e da divisão a nível mundial. Em um momento em que quase 13.000 armas nucleares estão estocadas em todo o mundo, países trabalham para melhorar a precisão, alcance e poder destrutivo das armas nucleares — uma combinação que é receita para a aniquilação.
Uma proibição juridicamente vinculante dos testes nucleares é um passo fundamental em nossa busca por um mundo livre de armas nucleares. O Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares, embora ainda não esteja em vigor, permanece como um poderoso testemunho da vontade da humanidade de afastar de uma vez por todas a sombra da aniquilação nuclear do nosso mundo.
Em nome de todas as vítimas de testes nucleares, faço um apelo a todos os países que ainda não ratificaram o Tratado para que o façam imediatamente, sem condições.
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No Dia Internacional Contra os Testes Nucleares, o mundo fala com uma só voz para pôr fim a esse legado destrutivo.
Este ano, enfrentamos um aumento alarmante da desconfiança e da divisão a nível mundial. Em um momento em que quase 13.000 armas nucleares estão estocadas em todo o mundo, países trabalham para melhorar a precisão, alcance e poder destrutivo das armas nucleares — uma combinação que é receita para a aniquilação.
Uma proibição juridicamente vinculante dos testes nucleares é um passo fundamental em nossa busca por um mundo livre de armas nucleares. O Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares, embora ainda não esteja em vigor, permanece como um poderoso testemunho da vontade da humanidade de afastar de uma vez por todas a sombra da aniquilação nuclear do nosso mundo.
Em nome de todas as vítimas de testes nucleares, faço um apelo a todos os países que ainda não ratificaram o Tratado para que o façam imediatamente, sem condições.
Vamos acabar com os testes nucleares para sempre."
*Estagiária sob supervisão de Lorena Pacheco
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