África do Sul

Lula sobre Argentina no Brics: "Não importa quem ganhe a eleição"

"A responsabilidade que tomamos hoje, e é isso que dá seriedade à escolha da Argentina, é que a gente não está colocando a questão ideológica dentro do Brics", disse o presidente Lula

O presidente Lula negou viés ideológico no Brics -  (crédito: Ricardo Stuckert/PR)
O presidente Lula negou viés ideológico no Brics - (crédito: Ricardo Stuckert/PR)
Ingrid Soares
postado em 24/08/2023 15:05

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira (24/8), não se importar "do ponto de vista dos Brics, quem ganhe a eleição na Argentina". A declaração ocorreu horas após o país ter aderido ao bloco que tem como objetivo a cooperação econômica e o desenvolvimento entre os países-membros. De acordo com o comunicado feito pelo Brics, Argentina, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos passarão a integrar o grupo de países emergentes a partir de 2024. Hoje Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul compõem o bloco.

"A mim não importa do ponto de vista do Brics quem ganha as eleições na Argentina. Tudo mundo sabe que sou amigo do Alberto Fernández. O Brasil, enquanto Estado, vai negociar com o Estado argentino independentemente de quem seja o presidente. Pode ser que o presidente não queria negociar com o Brasil, é um direito livre e soberano dele, ninguém vai obrigar", disse Lula. Entre os candidatos na disputa à Casa Rosada estão Javier Milei e Sergio Massa.

Lula também negou ideologias como forma de ingresso no Brics. "A responsabilidade que tomamos hoje, e é isso que dá seriedade à escolha da Argentina, é que a gente não está colocando a questão ideológica dentro do Brics. A gente está colocando a importância geopolítica de cada Estado. A Argentina é muito importante na relação com o Brasil e na relação com a América do Sul", emendou.

"Para mim não importa quem ganha as eleições em qualquer países do Brics. O Brasil vai negociar com o novo presidente da Argentina. A responsabilidade que temos hoje é não colocar a questão ideológica acima das relações geopolíticas. É isso que importa para nós. E ninguém pode negar a importância da Argentina para o Brasil", continuou.

"O Brics é uma realidade inexorável. Vai ter problemas? Vai. Vai ter gente que vai gostar mais ou menos? Vai. Mas isso é da política".

A aproximação com os EUA é uma das promessas de campanha de Milei, além da saída permanente da Argentina do Mercosul, o que pode ainda dificultar as negociações do Brasil com a União Europeia.

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