INGLATERRA

Adolescente é encontrada enterrada de bruços "para não voltar do túmulo"

Especialistas em ossos identificaram sinais de que ela teria realizado trabalhos manuais pesados e a maneira como foi enterrada conota que ela certamente era vista como diferente

A maneira que a menina foi encontrada enterrada é considerada incomum -  (crédito: Divulgação/Museu de Arqueologia de Londres)
A maneira que a menina foi encontrada enterrada é considerada incomum - (crédito: Divulgação/Museu de Arqueologia de Londres)
Correio Braziliense
postado em 18/08/2023 10:56

O corpo de uma adolescente da Idade Média foi encontrado enterrado de bruços e com os tornozelos amarrados. Segundo arqueólogos ingleses, essas medidas possivelmente foram adotadas para garantir que ela "não voltasse do túmulo". Os restos mortais da menina de 15 anos foram enterrados entre 680 e 880 dC, perto da vila de Conington, em Cambridgeshire, na Inglaterra.

"Provavelmente nunca saberemos exatamente como essa jovem era vista pela comunidade em que cresceu, mas a maneira como ela foi enterrada nos diz que ela certamente era vista como diferente. Seus ritos funerários podem ter refletido a natureza de sua morte, ou sua identidade social ou de sua família", explicou o osteologista Don Walker, em comunicado do Museu de Arqueologia de Londres (Mola).

Os especialistas em ossos que analisaram o cadáver identificaram sinais de que a jovem passou por desnutrição e tinha uma doença na articulação da coluna vertebral, agravada pela realização de trabalhos manuais pesados. "Não sabemos exatamente como ela morreu, mas por causa de sua idade, e com seus restos mortais sem evidências de uma doença longa e grave, ela pode ter morrido repentina ou inesperadamente", diz o museu.

"Acredita-se que ser enterrado com a face para baixo tenha sido uma expressão social de 'alteridade', uma prática funerária reservada para pessoas consideradas fora da sociedade do início da Idade Média. Isso inclui aqueles que pareciam ou agiam de maneira diferente do resto da comunidade, aqueles de baixo status social, bem como indivíduos que sofreram mortes violentas ou inesperadas", acrescenta a instituição.

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