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Equador: facção diz que matou candidato por "não cumprir acordo"

O Los Lobos também ameaçou outro candidato à presidência do país, o empresário Jan Topic, e sugeriu que ele também recebia valores da facção

Talita de Souza
postado em 10/08/2023 09:55 / atualizado em 10/08/2023 10:51
Grupo de homens encapuzados que diz fazer parte de uma das maiores organizações criminosas, a Los Lobos, afirma que mataram Fernando Villavicencio
 -  (crédito: Twitter L_ThinkTank/ Reprodução)
Grupo de homens encapuzados que diz fazer parte de uma das maiores organizações criminosas, a Los Lobos, afirma que mataram Fernando Villavicencio - (crédito: Twitter L_ThinkTank/ Reprodução)

Em um vídeo que circula nas redes sociais, um grupo de homens armados vestidos de preto diz ser responsável pelo assassinato do candidato à presidência do Equador Fernando Villavicencio, morto com três tiros na noite de quarta-feira (9/8).

Um dos homens lê uma mensagem escrita em um papel enquanto os outros permanecem em pé. Ele afirma que fazem parte da facção Los Lobos, uma das maiores organizações criminosas do país.

No vídeo, o homem sugere que Fernando era corrupto e que não cumpriu um suposto acordo feito com eles em troca de dinheiro para a campanha dele, por isso foi morto. “Queremos deixar claro a toda a nação equatoriana que cada vez que os políticos corruptos não cumpram com sua promessa, que estabelecemos quando recebem nosso dinheiro, que são milhões de dólares para financiar sua campanha, serão dispensados”, diz.

“Nós, a organização Los Lobos, assumimos a responsabilidade dos fatos ocorridos na tarde de hoje”, afirma o homem que está no centro do grupo de encapuzados. O Los Lobos também ameaçou outro candidato à presidência do país, o empresário Jan Topic.

“(Os fatos) vão voltar a acontecer quando os corruptos não cumprirem sua palavra. Tu Também, Jan Topic, cumpra sua palavra. Se não cumprir, Jan Topic, será o próximo”, finaliza o homem.

Equador decreta estado de exceção

O presidente do Equador, Guillermo Lasso, decretou, na madrugada desta quinta-feira (10/8), estado de exceção no país, em resposta ao assassinato do candidato à presidência Fernando Villavicencio. Com o status, as Forças Armadas estão incumbidas de garantir a segurança nacional e, também, as eleições, que foram mantidas pelo líder equatoriano.

Para Lasso, manter o pleito eleitoral é uma forma de fortalecer a democracia após um ataque direto contra um representante dela. “Diante da perda de um democrata e um lutador, as eleições não estão suspensas. Ao contrário. Estas serão realizadas, e a democracia precisa se fortalecer”, disse o presidente em coletiva de imprensa.

“Essa é a melhor razão para ir votar e defender a democracia”, acrescentou Lasso. O líder equatoriano também garantiu que não será amedrontado por forças que querem tomar o poder.

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