Um dos suspeitos de envolvimento no assassinato de Fernando Villavicencio, candidato à presidência do Equador, foi morto após trocar tiros com agentes de segurança. O atentado ocorreu na noite desta quarta-feira (9/8), na capital, Quito.
"Um suspeito, ferido durante o tiroteio com os seguranças, foi detido e transferido, gravemente ferido", disse a Procuradoria-Geral do Equador. "Uma ambulância do Corpo de Bombeiros confirmou a morte", acrescentou.
Pelo menos mais um outro suspeito do crime foi preso. Ainda não há informações sobre quantas pessoas estão envolvidas no assassinato.
Villavicencio foi atingido com três disparos na cabeça. Além dele, mais nove pessoas ficaram feridas. O crime ocorreu na saída de um comício, quando o candidato entrava no carro. As eleições presidenciais do Equador estão marcadas para 20 de agosto. Veja o momento do crime:
O presidente do Equador, Guillermo Lasso, se disse "indignado e chocado" com o crime. Pelo Twitter, ele prestou solidariedade e condolências à esposa e as filhas do político. Ele também relacionou o assassinato com o crime organizado. "O crime organizado já percorreu um longo caminho, mas todo peso da lei vai cair sobre eles", disse.
Lasso convocou o gabinete de Segurança para a sede presidencial, bem como os titulares de órgãos estatais, como o Tribunal Nacional de Justiça, para "discutir esse incidente que abalou o país".
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O médico Carlos Figueroa, amigo do candidato assassinado e que estava com ele no momento do ataque, relatou à imprensa que houve cerca de 30 disparos durante o atentado.
A polícia realizou uma explosão controlada no local do ataque, onde aparentemente havia uma bomba.
Há uma semana, Villavicencio denunciou ameaças contra ele e sua equipe de campanha, supostamente vindas do líder de uma gangue criminosa ligada ao narcotráfico, que está detido.
Quem era Fernando Villavicencio
Fernando tinha 59 anos e era jornalista investigativo. Candidato por uma coligação formada por partidos de centro e de centro-esquerda, o político se declarava defensor das causas indígenas e dos trabalhadores, tendo atuado por anos como líder sindical.
Villavicencio foi membro da Assembleia Nacional do Equador entre 2021 e 2023 — um cargo referente ao deputado federal brasileiro —, eleito por uma coligação entre o Partido Socialista Equatoriano e o Movimiento Concertación. Neste ano, disputava às eleições presidenciais pela coligação Movimiento Construye.
Uma das principais propostas de Villavicencio era o Plano Nacional Antiterrorista, voltado ao combate do narcotráfico, mineração ilegal, corrupção e propina, ligadas entre si e à política. O Equador tem enfrentado nos últimos anos um aumento do crime relacionado ao tráfico de drogas, o que quase dobrou a taxa de homicídios para 25 por 100.000 habitantes em 2022.
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