Lisboa — O papa Francisco anunciou que a próxima Jornada Mundial da Juventude, em 2027, será realizada em Seul, na Coreia do Sul. A escolha é estratégica, pois a maior parte da população mundial está na Ásia. Para a Igreja católica, a região pode agregar novos fiéis à estrutura comandada pelo Vaticano, que vê uma debandada de seguidores no Ocidente.
Uma ala da Igreja defendia que a próxima Jornada fosse realizada na África, que nunca sediou o megaevento católico. Mas prevaleceu o pragmatismo. A África, onde os evangélicos têm ganhado espaço, ficará para depois. O governo coreano prometeu dar todo o suporte possível, sobretudo financeiro, para que o megaevento seja o maior da história.
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A pergunta que ecoa dentre da Igreja e entre os fiéis é qual será o papel de Francisco na futura Jornada. Aos 86 anos, sendo 10 de pontificado, ele está com a saúde debilitada. Em Portugal, se locomoveu por meio de cadeiras de rodas. Há quem aposte que ele renunciará ao papado em breve, abrindo espaço para um pontífice mais novo, que leve a palavra de Cristo adiante.
O problema é que ninguém na Igreja católica hoje tem o carisma de Francisco e a proximidade que ele tem com os jovens. O papa é pop, reconhecem os cardeais. Substituí-lo será uma missão quase impossível. De nada adiantará um pontífice mais novo, mas que não consiga falar com as multidões. Mais: Francisco promoveu a maior revolução dentro da Igreja nos últimos 60 anos. Não se sabe se o seu sucessor levará essas transformações tão importantes adiante.
Com Francisco, a Igreja ficou mais inclusiva e quebrou barreiras. Ele mesmo afirma que ainda hoje lhe jogam na cara o fato de acolher mulheres e homens trans dentro do Vaticano. O papa afirma que todos são filhos de Deus. É esse tipo de atitude que fez com que 1,5 milhão de peregrinos participassem da última missa da Jornada rezada por ele em Portugal.
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