Lisboa — A inglesa Emily Lancaster, 33 anos, não se intimidou com as palavras de reprovação de alguns jovens, que questionavam a sua presença em meio aos peregrinos que receberam o papa Francisco em frente ao Palácio de Belém.
A irritação se devia ao protesto que ela decidiu fazer contras os gastos exuberantes feitos pelo governo português para a realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que começou na terça-feira (01/08) e vai até domingo (06/08).
Com um cartaz de papelão nas mãos, a manifestante alertava sobre as necessidades das crianças, a importância de um planeta comprometido com o meio ambiente e sem corrupção. Contudo, o que realmente chamava a atenção de todos era o vestido que ela usava, feito todo de notas fiscais que ela acumulou ao longo dos últimos dois meses.
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Todos gastos feitos por ela. “Veja como pagamos impostos”, disse ela ao Correio. “Em todos esses gastos, pagamos tributos. Portanto, os recursos arrecadados pelo governo deveriam ser mais bem utilizados”, acrescentou.”Além disso, tem todo o desperdício de papel.”
Até agora, nem o governo federal nem a prefeitura de Lisboa informaram, oficialmente, quanto gastaram para viabilizar a Jornada, que deve reunir, ao longo de seis dias, mais de 1 milhão de pessoas. Para Emily, que teve de pedir autorização da polícia para protestar, certamente, todo o dinheiro envolvido no megaevento poderia ter uma destinação melhor.
Ao responder a uma jovem que gritava com ela, a inglesa afirmou que estava fazendo um alerta importante, sobretudo para os jovens que estão diante de um futuro incerto. “Meu protesto é para garantir um futuro melhor”, frisou.
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