JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE

Quase 200 peregrinos africanos estão desaparecidos em Portugal

Pelos cálculos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, são 27 de Angola e 168 de Cabo Verde. Autoridades estão rastreando o país para tentar encontrá-los ainda nesta terça-feira (1/8)

Vicente Nunes — Correspondente
postado em 01/08/2023 11:30
Claudia Rocha, inspetora do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) -  (crédito: Vicente Nunes/ CB/ D.APress)
Claudia Rocha, inspetora do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) - (crédito: Vicente Nunes/ CB/ D.APress)

Lisboa — As forças de segurança de Portugal estão à procura de 195 peregrinos africanos que deram entrada no país na segunda-feira (31/7), mas não chegaram às dioceses que deveriam acolhê-los para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Segundo a inspetora Cláudia Rocha, do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), 27 dos desaparecidos são de Angola e 168, de Cabo Verde. O mais jovem deles tem 19 anos.

O sumiço dos peregrinos está roubando a cena no primeiro dia da Jornada, que terá a participação do papa Francisco. Ele desembarcará em Lisboa na quarta-feira (2/8) e ficará em Portugal até domingo (6/8). Os angolanos deveriam ter ir para Porto Mos, em Leiria, e os caboverdianos, para Fátima. O clima é de tensão, pois não se sabe como dois grupos saíram dos radares das autoridades e dos organizadores da Jornada. Teme-se o crime de tráfico de serem humanos.

A inspetora do SEF assegurou que tudo está sendo feito para localizar os peregrinos. Inicialmente, falou-se em 106 desaparecidos, mas se descobriu que o número é ainda maior. “Já acionamos todo o sistema de segurança para tentamos encontrar os peregrinos. Há uma troca constante de dados entre os sistemas de informação para que se dê uma rápida solução ao caso”, disse. “O que podemos afirmar é que todos eles entraram legalmente em Portugal.”

O primeiro passo, assim que os desaparecimentos foram comunicados às forças de segurança, foi mapear quem são as pessoas, de onde vieram, quantos anos têm e quando entraram em Portugal. “Feito esse mapeamento, saímos a campo para entender o que pode ter acontecido. Fomos às dioceses para onde todos deveriam ter ido. Todas as informações foram colhidas. Agora, estamos dando os passos seguintes”, explicou Cláudia Rocha.

O governo português ainda não acionou os consulados e as embaixadas de Angola e de Cabo Verde em busca de ajuda, pois os trabalhos estão em uma fase anterior, assinalou a inspetora do SEF. Também não houve nenhum contato com as famílias dos desaparecidos. No total, quase 300 mil peregrinos já deram entrada em Portugal para participar da Jornada Mundial da Juventude, desses, 164 mil chegaram na segunda-feira. A previsão é de que entre 1 milhão e 1,5 milhão de pessoas participem de todos os eventos com o papa.

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