SAÚDE PÚBLICA

Pacientes infectados com bactéria mortal fogem de hospital na Sibéria

Quatro pessoas foram infectadas com antraz após comerem carne de cavalo infectada com a bactéria

Quatro pacientes infectados com bactérias mortais, após comerem carne de cavalo na região de Tuva, no sul da Sibéria, recusaram tratamento na terça-feira (18/7) e fugiram do hospital onde estavam internados.

Segundo a agência de notícias TASS, o ministério regional da saúde de Tuva alertou a população sobre "quatro pacientes hospitalizados com antraz que recusaram tratamento no hospital de doenças infecciosas e deixaram o centro médico sem autorização".

Um paciente permanece sob supervisão médica, mas o paradeiro dos outros segue desconhecido. O comunicado acrescenta que um dos pacientes visitou recentemente um acampamento de pastores onde mais de 100 animais não vacinados eram mantidos.

No início do mês, a Tass noticiou que pessoas adoeceram depois que comeram carne de um cavalo doente. Para reduzir o risco de surto, 84 pessoas foram vacinadas e mantidas sob observação médica.

"A ameaça de uma epidemia foi descartada. O antraz não é transmitido de pessoa para pessoa", observou Rospotrebnadzor, o vigilante da saúde pública russa.

O antraz é uma doença infecciosa causada pela bactéria Bacillus anthracis. As infecções podem ser potencialmente mortais se não forem tratadas. Geralmente, começa com sintomas semelhantes aos da gripe que evoluem para graves dificuldades respiratórias. O contato direto com o patógeno pode resultar em lesões semelhantes a furúnculos na pele que desenvolvem um centro preto. Felizmente, é tratável com antibióticos e geralmente não se espalha de humano para humano.

A bactéria se esconde naturalmente no solo, onde pode sobreviver por décadas ou mesmo séculos, mas pode surgir tanto em animais selvagens quanto em animais domésticos. Humanos geralmente entram em contato com a infecção através dos animais.

A Sibéria tem um histórico de surto de antraz. Em 2016, um grave surto surgiu na península de Yamal, matando milhares de renas e afetando pelo menos 40 humanos. Especula-se que o surto surgiu de uma carcaça de veado infectada que foi "descongelada" pelo aquecimento das temperaturas associadas às mudanças climáticas.

A área também viu recentemente um crescimento populacional e uma queda na vacinação de veados, criando as condições ideais para um surto.

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