Mais de 100 funcionários do McDonald's no Reino Unido afirmaram que foram vítimas de agressões, assédio sexual e racismo na rede americana de fast-food, informou a BBC nesta terça-feira (18).
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Este é mais um caso da onda de revelações sobre agressões e assédios no ambiente de trabalho britânico, anos depois do movimento #MeToo.
"Empregados de até 17 anos são apalpados sem consentimento e assediados quase diariamente", escreve a BBC em seu site, baseado nos testemunhos coletados.
A Comissão da Igualdade e Direitos Humanos (EHRC) se mostrou "preocupada ao escutar as novas acusações de assédio sexual e racismo" e estabeleceu uma "linha vermelha para sinalizar incidentes de assédio no McDonald's", segundo um comunicado divulgado nesta terça.
O McDonald's já havia sido acusado há quatro anos, quando o Sindicato de Padeiros, Trabalhadores de Alimentos e Aliados (BFAWU, na sigla em inglês) afirmou que mais de 1.000 funcionários confirmaram ser vítimas de intimidação sexual e maus-tratos no trabalho.
A rede "McDonald's assumiu compromissos que deve respeitar legalmente, os quais verificaremos, incluindo sua posição de tolerância zero em relação ao assédio sexual, e conduzirá investigações secretas entre seus funcionários sobre a segurança no trabalho", destacou a Comissão.
Uma ex-funcionária, Shelby, disse à BBC que tinha apenas 16 anos quando começou a trabalhar no McDonald's, no ano passado, e que era constantemente apalpada por funcionários homens, maiores de idade, na cozinha. Um deles a agarrou por trás e a abraçou, entre outros incidentes.
Contatado pela BBC, o CEO do McDonald's no Reino Unido e na Irlanda, Alistair Macrow, pediu desculpas por "falhas claras" na proteção de seus funcionários no ambiente de trabalho.
A rede tem 177 mil funcionários no Reino Unido, a maioria jovem, e conta com adolescentes empregados.