O emissário do governo dos Estados Unidos para o Clima, John Kerry, desembarcou, ontem, em Pequim, para discutir com o seu homólogo, Xie Zhenhua, temas ligados ao aquecimento global. Os dois maiores poluidores do planeta não têm uma reunião bilateral sobre os desdobramentos das mudanças climáticas há quase um ano.
Kerry ficará no país até quarta-feira. Sem dar detalhes, o canal estatal CCTV informou que, a partir de hoje, "China e Estados Unidos terão conversas profundas" sobre questões climáticas. Nos últimos meses, vários funcionários de alto escalão do governo americano viajaram à China para reforçar a importância da retomada do diálogo. O secretário de Estado, Antony Blinken, visitou o país em junho. No mês seguinte, foi a vez da secretária do Tesouro, Janet Yellen.
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A reunião com Zhenhua acontece em um momento em que o impacto da mudança climática é especialmente notório — o Hemisfério Norte enfrenta uma onda de calor com temperaturas que ultrapassam os 40ºC. O calor excessivo no oeste, sul e sudeste dos Estados Unidos fez com que mais de 80 milhões de pessoas ficassem, ontem, sob alertas oficiais em razão de "uma onda de calor generalizada e sufocante", segundo o Serviço Meteorológico Nacional.
O cenário não foi diferente na Europa e na Ásia. Segundo cientistas, no continente europeu, o aquecimento avança duas vezes mais rápido do que a média mundial, e vários países enfrentam temperaturas extremas. A China emitiu vários alertas para temperaturas elevadas e informou que os termômetros podem atingir 45ºC na região Xinjiang (nordeste), parcialmente desértica, e 39ºC na região de Guangxi (sul).