Irã

Patrulha do véu volta às ruas para punir mulheres que não usam o hijab

A 10 meses a jovem iraniana curda Mahsa Amini foi morta pela polícia da moral sob a acusação de ter violado o código de vestimenta da República Islâmica

A patrulha do véu está de volta às ruas iranianas. O país anunciou a retomada da medida de vigilância para punir mulheres que não usam a peça obrigatória em locais públicos. "A partir de hoje (ontem), a polícia — em patrulhas de carro e a pé — vai alertar e punir as pessoas que, infelizmente, desobedecem às ordens e continuam desrespeitando o código de vestimenta", afirmou o porta-voz da corporação, Said Montazeralmahdi, citado pela agência Tasnim.

A medida foi tomada 10 meses após a morte da jovem iraniana curda Mahsa Amini, que foi detida pela polícia da moral sob a acusação de ter violado o código de vestimenta da República Islâmica. O episódio desencadeou um grande movimento de protesto, com manifestações em várias cidades, em outubro e novembro. Porém, perdeu força no começo deste ano devido à repressão truculenta — 500 pessoas morreram e quase 20 mil foram detidas.

Na mesma época, as autoridades iranianas adotaram uma série de iniciativas — de fechamento de estabelecimentos comerciais, principalmente restaurantes, a instalação de câmeras — para localizar as mulheres que desafiavam a proibição. Nos últimos meses, porém, a polícia da moralidade havia desaparecido da maioria das ruas do país, e cada vez mais mulheres passaram a sair de casa sem o hijab — principalmente em Teerã e nas grandes cidades.

Ontem, homens e mulheres da patrulha já eram vistos monitorando as pessoas em vans sinalizadas. Na noite de sábado, a polícia prendeu Mohammed Sadeghi, um ator jovem que havia postado um vídeo nas redes sociais, em resposta a outro vídeo que mostrava uma mulher sendo detida pela polícia da moral. "Acredite em mim, se eu vir tal cena, posso cometer um assassinato", disse ele.

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