Um estudo publicado na segunda-feira (10/7) na revista Nature Medicine mostra que as altas temperaturas que atingiram a Europa no ano passado podem ter causado a morte de mais de 61 mil pessoas, um número que tende a continuar crescendo conforme as temperaturas extremas se tornam comuns. O alerta foi dado durante o início do verão no Hemisfério Norte e uma semana após o planeta bater recorde de calor.
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Pesquisadores examinaram dados oficiais de 35 países europeus e usaram modelos epidemiológicos para estabelecer uma correlação entre mortes e aumento de temperatura na região - um método parecido com aquele usado para estimar o número de mortes do coronavírus. Eles identificaram um aumento de óbitos entre o fim de maio e o início de setembro de 2022, em comparação com a média registrada em um período de 30 anos.
Segundo o estudo, sem medidas de prevenção, a mortalidade relacionada ao calor será de 68.116 mortes em média a cada verão até o ano de 2030. Os autores preveem que esse número aumentará para mais de 94 mil, em 2040, e mais de 120 mil, em meados do século.
É provável que o atual verão europeu seja ainda pior, já que além das mudanças climáticas, a Terra entrou em um padrão climático natural de El Niño pela primeira vez em quatro anos, provocando condições que aumentarão o calor em muitas partes do mundo.
Vulneráveis
Entre os que morreram em 2022, a maioria era de mulheres, especialmente aquelas com mais de 80 anos. Entre os mais jovens, os homens morreram em taxas mais altas. Os países mediterrâneos, onde as temperaturas são mais altas no verão, foram os que mais sofreram. Os idosos continuam vulneráveis, especialmente aqueles sem acesso a ar-condicionado.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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