Lisboa — Parcela importante dos 24 mil voluntários que se inscreveram para trabalhar na Jornada Mundial da Juventude, que começa nesta terça-feira (1/8) e vai até domingo (6/8), luta diariamente contra a intolerância religiosa. Segundo Saad Khora, somente 1% da população de seu país, o Iraque, é de católicos. A perseguição ferrenha a esse grupo e os anos de guerra contínua expulsaram milhares de fiéis para outras nações. “Isso, no entanto, não me desanimou. Pelo contrário”, afirmou, certo de que terá muito a contribuir para reforçar a fé daqueles que cruzaram o mundo para celebrar com o papa Francisco em Portugal.
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O venezuelano Luís Piña, que há dois anos vive na Turquia, disse que é preciso disposição para professar sua fé no cristianismo num país onde a maioria da população é muçulmana. Ele ressaltou, porém, que os católicos turcos não se intimidam e levam a palavra de Deus adiante. Marian Ashan, do Egito, país também de maioria islâmica, acrescentou que se sente extremamente motivada ao se juntar a uma multidão de jovens católicos do todo o mundo. Para Agners Flora Gomes, de Bangladesh, a Jornada representa a renovação da esperança, o mesmo sentimento expressado pelo frei Pierre Paul Anini, que nasceu no Togo, mas vive na Tanzânia. “Está nas mãos dos jovens a construção de um mundo melhor”, destacou.
Para o brasileiro Micael de Almeida, fisioterapeuta de 29 anos que trabalha, voluntariamente, com pessoas com deficiência, a participação na Jornada deste ano tem um sentido especial. “Estou representando meu irmão, Iago, que morreu no ano passado, aos 13 anos. Ele tinha deficiências e queria muito estar neste momento em Portugal, num evento com o Papa”, afirmou. Segundo ele, infelizmente, não há, no Brasil, políticas efetivas de inclusão voltadas para pessoas com deficiência. Por isso, sua decisão de se juntar a um grupo de missionários para dar assistência a essa população desassistida, a maioria, em situação de vulnerabilidade.
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