Lisboa — A Polícia de Segurança Pública de Portugal (PSP), equivalente à Polícia Militar no Brasil, avisou que não permitirá “cartazes ofensivos” durante a Jornada Mundial da Juventude, que começa nesta terça-feira (1/8) e contará com a participação do papa Francisco. Segundo o chefe da PSP em Lisboa, Paulo Pereira, a definição do que é “ofensivo” caberá aos 16 mil agentes que estarão espalhados pelo país. “Nós definiremos isso de acordo com as nossas regras”, afirmou. O secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, Paulo Viseu Pinheiro, ressaltou, porém, que todos têm o direito de se manifestar, desde que com respeito às leis.
Os organizadores da Jornada têm noção do descontentamento de parcela significativa da população portuguesa com os gastos feitos pelo Estado para garantir o megaevento. Não há um número oficial fechado, mas se estima que os desembolsos do governo central e das prefeituras podem ter passado de 80 milhões de euros (cerca de R$ 400 milhões). O prefeito de Lisboa, Carlos Moedas, tem assegurado que todos os investimentos serão recuperados, uma vez que a economia terá forte impulso com a participação de até 1,5 milhão de peregrinos no encontro liderado pelo Papa. Além disso, as obras deixarão um legado importante, sobretudo, as realizadas em áreas degradadas, como no Parque Tejo.
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O chefe do Sistema de Segurança Interna explicou que há uma preocupação das autoridades em evitar mensagens que estimulem o ódio, a intolerância e a violência. Nesses casos, os policiais podem agir, pois são expressões que não se encaixam no Estado democrático de direito. “Nossa preocupação é que haja o equilíbrio entre o direito constitucional e o direito das forças policiais de garantir a segurança dos participantes da Jornada”, ressaltou. “Naturalmente, não se quer o apelo ao ódio, à violência, à intolerância que ponha em risco a integridade física das pessoas”, reforçou.
Barrados e presos
Pereira, chefe da PSP, informou que todos os participantes da Jornada serão revistados ao chegarem aos locais dos eventos — a Praça Eduardo VII e o Parque Tejo. Nas áreas restritas, que abrange boa parte da região central de Lisboa, só poderão circular moradores documentados (inclusive, com comprovante de residência) e credenciados. Segundo ele, se houver necessidade de dar fluxo ao público, a checagem será feita por amostragem e de forma aleatória, sempre seguindo a técnica policial usada em situações semelhantes. “Mas não deixaremos de fazer o controle”, afirmou. As autoridades portuguesas estão atentas aos riscos de ataques terroristas e a ações dos chamados “lobos solitários”.
O reforço no sistema de segurança em Portugal começou em 22 de julho, com o fechamento das fronteiras terrestres e o controle maior nos aeroportos e nos portos. Segundo Paulo Viseu Pereira, desde então, quase 130 pessoas foram proibidas de entrar no país, das quais 15 foram presas. Mas esses números, na opinião dele, não inexpressivos quando se olha a quantidade de veículos, embarcações e aeronaves fiscalizadas. Portugal aparece em todos os rankings como um dos sete países mais seguros do mundo.
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