Um promotor do Vaticano pediu à Justiça nesta quarta-feira(26) sete anos e três meses de prisão para um cardeal italiano, ao concluir um processo de dois anos sobre a compra de um edifício pela Santa Sé em Londres.
O cardeal Angelo Becciu, de 75 anos, é um antigo conselheiro próximo ao papa Francisco que o destituiu de suas funções em setembro de 2020. É o primeiro religioso de alto escalão a comparecer ante o tribunal vaticano, porém sempre afirmou sua inocência.
O promotor de Justiça do Vaticano, Alessandro Diddi, solicitou penas que vão de 4 a mais de 13 anos de prisão, além de multas, para os dez acusados que comparecem ao tribunal penal do Vaticano desde julho de 2021, acusados de fraude, peculato, abuso de poder, lavagem de dinheiro, corrupção e extorsão.
O eixo central do julgamento é a custosa compra de um prestigioso edifício em Londres como parte dos investimento da Santa Sé, cujo patrimônio imobiliário é considerável, que revelou uma série de irregularidades.
O caso destacou o uso imprudente do Óbolo de São Pedro, a grande arrecadação anual de doações oferecidas ao papa. O Vaticano acabou vendendo o imóvel de 17.000 m2 no luxuosos bairro Chelsea, que havia sido adquirido a um preço superfaturado e sujeito a uma hipoteca oculta.
O tribunal deve revelar a sentença no final do ano.
Monsenhor Becciu se declarou "desolado" pelas declarações de Diddi, que o acusou de ter "utilizado os meios de comunicação para deslegitimar o trabalho dos magistrados".
Segundo Diddi, Becciu causou prejuízos à Secretaria de Estado, a administração central da Santa Sé, entre 130 e 180 milhões de euros (entre 664 a 949 milhões de reais na cotação atual).
"Sou inocente não só porque nunca roubei um centavo, mas também porque nunca enriqueci ou enriqueci membros da minha família", assegurou Becciu.
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