desnutrição

Número de mortos por desnutrição em seita evangélica no Quênia supera 400

As autoridades esperam que o balanço aumente, já que as buscas pelas valas comuns em uma ampla região do litoral queniano continuam quase três meses depois da descoberta das primeira vítimas

Agence France-Presse
postado em 18/07/2023 17:41
O balanço do "massacre de Shakahola", nome da floresta do Quênia onde uma seita evangélica que praticava jejum extremo se reunia. Covas coletiva foi encontrada na floresta de Shakahola, no leste do Quênia -  (crédito: Haki Africa)
O balanço do "massacre de Shakahola", nome da floresta do Quênia onde uma seita evangélica que praticava jejum extremo se reunia. Covas coletiva foi encontrada na floresta de Shakahola, no leste do Quênia - (crédito: Haki Africa)

O balanço do "massacre de Shakahola", nome da floresta do Quênia onde uma seita evangélica que praticava jejum extremo se reunia, subiu, nesta segunda-feira (17), para 403 mortos após a descoberta de 12 novos corpos, anunciou uma autoridade regional.

"Nossa equipe médico-legal pôde exumar 12 corpos hoje", segunda-feira, declarou à imprensa a prefeita da região da costa, Rhoda Onyancha, que acrescentou em uma mensagem à AFP que o "balanço total" é "de 403 mortos".

As autoridades esperam que o balanço aumente, já que as buscas pelas valas comuns em uma ampla região do litoral queniano continuam quase três meses depois da descoberta das primeira vítimas.

A polícia considera que a maioria dos corpos exumados são de seguidores da Igreja Internacional das Boas Novas (Good News International Church), criada pelo autoproclamado pastor Paul Nthenge Mackenzie, que defendia jejuar até a morte para "se encontrar com Jesus".

Esse ex-motorista de táxi está preso desde 14 de abril e será processado, entre outras acusações, por "terrorismo".

Outras 16 pessoas são acusadas de pertencer a um grupo de homens encarregados de vigiar para que nenhum fiel acabasse com o jejum ou escapasse da floresta, localizada perto da cidade litorânea de Malindi.

As autópsias realizadas até agora revelaram que a maioria das vítimas morreu de fome, logo depois de escutar orações.

Algumas das vítimas, entre elas crianças, foram estranguladas, agredidas ou asfixiadas, segundo as autópsias.

O ministro do Interior anunciou que a floresta de Shakahola será declarada como "memorial".

No mês passado, a Justiça abriu um processo por "tentativa de suicídio" contra 65 adeptos que se recusaram a comer depois de serem retirados da floresta.

Esses processos foram condenados por grupos de defesa dos direitos humanos. A ONG Comissão Nacional de Direitos Humanos do Quênia denunciou uma "decisão inadequada (que) traumatizará os sobreviventes no momento em que precisam desesperadamente de compreensão".

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