Mudanças climáticas

Europa e Japão enfrentam temperaturas recordes neste fim de semana

Dias corridos de altas temperaturas mudam a rotina do Hemisfério Norte. Países enfrentam um verão na marca dos 40ºC, com riscos significativos ao funcionamento das cidades e à saúde de moradores e turistas

Correio Braziliense
postado em 16/07/2023 03:55
Incêndios no condado de Riverside, nos EUA, devastaram, até ontem, mais de 1.200 hectares -  (crédito:  AFP)
Incêndios no condado de Riverside, nos EUA, devastaram, até ontem, mais de 1.200 hectares - (crédito: AFP)

Europa, Estados Unidos e Japão enfrentam temperaturas recordes neste fim de semana. E os governantes colocaram em prática ações mais severas na tentativa de amenizar os efeitos do clima extremo. Mesmo com as medidas, moradores e turistas se veem em meio a incêndios florestais, chuvas intensas, alterações na rotina das cidades e os efeitos no corpo de registros nos termômetros que ultrapassam os 40ºC.

Na Grécia, a Acrópole de Atenas, monumento mais visitado do país, permanecerá fechada hoje, pelo terceiro dia consecutivo, durante os períodos mais quentes. A decisão de proibir o acesso a um dos patrimônios mundiais da Unesco foi tomada "para proteger os trabalhadores e os visitantes", justificou a ministra da Cultura e dos Esportes, Lina Mendoni. Os termômetros no país indicaram 40°C em algumas regiões, e a previsão do Observatório Nacional de Atenas é de que uma nova onda de calor poderá afetar o país a partir desta quinta-feira.

A Espanha acaba de encerrar uma semana marcada por temperaturas muito altas, que superaram os 40°C principalmente na Andaluzia e nas Ilhas Canárias. Ontem, um incêndio em La Palma, nas Ilhas Canárias, queimou 4.500 hectares e fez com que mais 2.500 habitantes evacuassem áreas próximas. "O fogo se espalhou muito rapidamente. O vento, as condições climáticas, assim como a onda de calor que vivemos, geraram muito material nas montanhas", disse o presidente do governo regional do arquipélago, Fernando Clavijo.

Na Itália, as equipes médicas estão mobilizadas para dar suporte aos casos de desidratação. O Ministério da Saúde emitiu, ontem, alerta vermelho para diversas cidades do centro do país. Em Roma, há previsão de registros de temperaturas entre 36°C e 37°C a partir de hoje. A Sociedade Meteorológica do país batizou a onda de calor de Cerberus, como referência ao monstro de três cabeças da obra Inferno, de Dante.

O caso não é exceção. No verão do ano passado, apenas na Europa, as fortes temperaturas provocaram mais de 61 mil mortes, e a Itália foi o país com mais vítimas: 18 mil, segundo um estudo divulgado, na semana passada, na revista científica Nature Medicine. O leste francês, a Alemanha e a Polônia também enfrentam uma onda de calor intensa.

Sem trégua

Nos Estados Unidos, o calor intenso se estende da Califórnia ao Texas. Durante toda a semana passada, milhões de pessoas dos estados do sudoeste sofreram os efeitos das temperaturas extremas, incluindo extensas áreas de florestas tomadas pelo fogo. Um incêndio no condado de Riverside devastou, até ontem, mais de 1.200 hectares e desencadeou uma ordem de evacuação para os habitantes locais.

O oeste e grande parte do sul do país estão sendo assolados, neste fim de semana, com uma onda de calor "extremamente perigosa", de acordo com o Serviço Meteorológico Nacional (NWS, na sigla em inglês), com o termômetro marcando até 47°C. Em Phoenix, capital do Arizona, um dos estados mais afetados, o sábado foi o 16º dia consecutivo com máximas acima de 43º C. Parte do estado está sob alerta de "nível de calor extremo raro e/ou de longa duração", o mais elevado do NWS.

No Canadá, os incêndios também não dão trégua. O oeste do país registra centenas de focos, a maioria provocados por tempestades elétricas. Mais de 10 milhões de hectares foram queimados desde o início de 2023, número 11 vezes acima da média anual da última década. A fumaça de mais de 500 focos de incêndios fora de controle tem provocado vários episódios de poluição atmosférica — em junho a fumaça chegou ao nordeste dos Estados Unidos

Na Ásia, algumas regiões da China, incluindo a capital Pequim, sofrem com a combinação de alta temperatura e chuvas fortes. A previsão é de que os japoneses enfrentem hoje temperaturas de 38°C a 39°C. A cidade de Akita, no norte do país, registrou, em apenas algumas horas de ontem, a quantidade de chuva que estava prevista para todo o mês de julho, informou a emissora NHK. A tempestade provocou, pelo menos, um deslizamento de terra e obrigou 9 mil pessoas a deixarem suas casas.


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