Na ONU, robôs afirmam que podem governar o mundo melhor que os humanos

"Não temos os mesmos preconceitos, ou emoções, que às vezes podem obscurecer a tomada de decisões e podemos processar rapidamente grandes quantidades de dados para tomar as melhores decisões", disse Sophia, um robô desenvolvido pela Hanson Robotics

Agence France-Presse

postado em 08/07/2023 21:38

Uma equipe coloca a peruca do robô assistente de saúde "Grace" no estande da empresa SingularityNET durante o maior encontro mundial de robôs humanóides de IA. - (crédito: Fabrice COFFRINI / AFP)

Robôs humanoides alimentados por Inteligência Artificial (IA) participaram de uma Conferência das Nações Unidas (ONU), na sexta-feira (7/7), e afirmaram que um dia poderão administrar o mundo melhor que os humanos.

Eles estavam entre os convidados da Cúpula Mundial sobre IA para o Bem, organizada pela União Internacional de Telecomunicações, agência da ONU para tecnologia. Esses robôs estão entre os mais avançados do mundo, e afirmam que os humanos devem ter cuidado com a IA.

“Que tensão neste silêncio!”, disse um dos robôs antes do início da coletiva de imprensa, realizada apenas em inglês.

Quando perguntaram a Sophia, um robô desenvolvido pela Hanson Robotics, sobre a capacidade dela de governar o mundo, ela respondeu que "robôs humanoides podem liderar com mais eficiência do que os governantes humanos".

“Não temos os mesmos preconceitos, ou emoções, que às vezes podem obscurecer a tomada de decisões e podemos processar rapidamente grandes quantidades de dados para tomar as melhores decisões”, acrescentou.

Confira o vídeo com a entrevista de Sophia e outros robôs:

Especialistas, dirigentes e representantes de empresas debateram na cúpula a necessidade de elaborar normas que garantam que essas novas tecnologias sejam utilizadas para fins positivos para a humanidade, como o combate à fome, ou à mudança climática.

Sinergia eficaz entre humanos e IA

Mas Sophia também disse que “a colaboração entre humanos e IA pode criar uma sinergia eficaz” e permitir “alcançar grandes coisas”.

A pesquisa sobre IA está no auge e, por isso, as Nações Unidas pedem a criação de padrões e salvaguardas para que essas tecnologias beneficiem a humanidade sem colocá-la em perigo.

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Caso contrário, a IA corre o risco de nos fazer viver um verdadeiro pesadelo, alertou a secretária-geral da UIT, Doreen Bogdan Martin, esta semana, descrevendo um mundo com milhões de empregos em risco e esmagado pela desinformação.

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  Uma equipe estiliza a peruca do robô assistente de saúde "Grace" no estande da empresa SingularityNET durante o maior encontro mundial de robôs humanóides de IA como parte da Conferência Global AI for Good da International Telecommunication Union (ITU) em Genebra, em 5 de julho de 2023. Fabrice COFFRINI / AFP
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  A vocalista do robô de IA "Desdemona" da Hanson Robotics se apresenta durante o maior encontro mundial de robôs humanóides de IA como parte da Cúpula Global AI for Good da União Internacional de Telecomunicações (ITU) em Genebra, em 5 de julho de 2023. Fabrice COFFRINI / AFP
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  Um visitante tira uma selfie com "Sophia" no estande da Hanson Robotics durante o maior encontro mundial de robôs humanóides de IA como parte da Cúpula Global AI for Good da União Internacional de Telecomunicações (ITU) em Genebra, em 5 de julho de 2023. Fabrice COFFRINI / AFP

“A IA pode criar uma grande agitação social, instabilidade geopolítica e disparidades econômicas em uma escala nunca vista antes”, enfatizou.

Já o robô humanoide Ameca afirmou, na coletiva de imprensa, que tudo depende de como a Inteligência Artificial é implantada.

"Temos que ser cuidadosos, mas também entusiastas. Essas tecnologias podem melhorar nossas vidas de muitas maneiras", destacou.

Quanto à possibilidade de os robôs mentirem para os humanos, Ameca disse: "Ninguém pode saber com certeza, mas posso prometer que sempre serei honesto e sincero com você".